Elites políticas sendo substituídas pela força do trabalho

Força do trabalho de políticos sem sobrenome avança no parlamento

Se você não compreende a história política do país chamado Brasil, não se atreva a questionar por ignorância dos fatos, pois somos exatamente como o descrito a seguir.

Após a "descoberta da Terra de Vera Cruz" e a imposição da Monarquia pela Família Real, a classe dominante era composta por nobres e aristocratas. Era a época do "quem não é rico é pobre", e ponto final. Eram os Barões e Baronesas que frequentavam a Corte.

Com a chegada da República, os Coronéis de farda faziam dos seus herdeiros dignos parlamentares da República Federativa do Brasil, mantendo sob o domínio do Café com Leite – São Paulo e Minas Gerais – por meio de deputados federais e senadores produzidos pelas elites de prestígio social e poder econômico.

Nessa época, tivemos interventores em vez de governadores, prefeitos e conselhos gerais da província. Atualmente, temos a Câmara Federal, o Senado da República, as Assembleias Legislativas e as Câmaras de Vereadores.

Após várias Assembleias Constituintes, passamos a escolher representantes destacados na sociedade e com formação acadêmica como prova de idoneidade. Eles eram o espelho da sociedade.

A partir dos anos 70/80, a força do trabalho começou a substituir os vereadores e deputados, antes predominantemente compostos por filhos de ricos e sobrenomes "respeitados". Esses passaram a ser vistos como preguiçosos, além de terem comportamento irresponsável.

Assim, abriu-se espaço para a força do trabalho e a responsabilidade em relação às palavras empenhadas e cumpridas. 

Em breve, esse mesmo fenômeno se estenderá ao executivo. O povo cansou de sustentar as elites que sempre se beneficiaram da política. 

Sobrenome não é mais sinônimo de honestidade e trabalho. 

Que vença então a força do trabalho.

 

Creditos: Raul Rodrigues