Sete em cada 10 brasileiros rejeitam pagar por conteúdos online

Sete em cada 10 brasileiros rejeitam pagar por conteúdos online

Sete em cada 10 brasileiros rejeitam pagar por conteúdos online

Pesquisa revela que publicidade digital é chave para acesso gratuito

A mais recente pesquisa do IAB Brasil sobre "Como seria a internet sem anúncios?" confirma um fenômeno que tem se consolidado ao longo dos anos: a publicidade digital continua sendo aceita — e até valorizada — pelos brasileiros. Sete em cada 10 entrevistados preferem conviver com anúncios a pagar por conteúdos e serviços que hoje são gratuitos.
Esse número, que cresce desde 2023, revela que a percepção da publicidade mudou: ela não é mais vista apenas como incômoda, mas como um modelo legítimo de financiamento da internet.
O estudo também mostra que 71% dos internautas consideram os anúncios úteis em suas decisões de compra. Ou seja, mais do que suportar a publicidade, o público reconhece o valor prático dela. E há uma dimensão ainda mais importante: 66% afirmaram que reduziram o uso de serviços digitais se tivesse que pagar por eles.
Os dados reforçam que a internet gratuita não é apenas um conforto, mas uma condição de acesso a informação, cultura e serviços que se tornariam inacessíveis a boa parte da população caso a lógica fosse de pagamento direto.
A pesquisa ainda traz uma reflexão sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) na publicidade. Mais da metade dos entrevistados acredita que a tecnologia é positiva, mas exige mais transparência sobre seu funcionamento. Outros 44% entendem que a IA ajuda a entregar anúncios mais relevantes, ajustados ao perfil de cada usuário. Esse dado é um lembrete de que a inovação tecnológica precisa caminhar junto com confiança e ética — caso contrário, o modelo que sustenta a internet gratuita corre risco de desgaste.
O que fica evidente é que a publicidade digital é o motor invisível da internet aberta. Ela permite que plataformas, serviços e conteúdos continuem acessíveis a todos, ao mesmo tempo em que cria oportunidades de personalização e relevância para o usuário. Os brasileiros demonstram maturidade: não se trata apenas de tolerar anúncios, mas de entender seu papel social e econômico.
Em um momento em que debates sobre privacidade, IA e economia digital se tornam centrais, a pesquisa do IAB reforça uma lição simples, mas poderosa: uma internet sem anúncios não é apenas impensável para os negócios, mas limitada para o próprio usuário. O desafio, agora, é continuar a aprimorar a publicidade, tornando-a cada vez mais útil, ética e transparente — de modo a garantir que a internet gratuita não seja apenas um privilégio, mas um direito compartilhado.