Pare o mundo que eu quero descer!

A indignação de uma minoria explode nas redes sociais após comercial protagonizado por Fernanda Torres

 Pare o mundo que eu quero descer!

Nos últimos dias, a sociedade brasileira tem se deparado com uma onda de protestos que, à primeira vista, parece desproporcional. A origem dessa indignação? Um comercial das sandálias Havaianas, estrelado pela renomada atriz Fernanda Torres, que aborda a ideia de entrar no novo ano com os “dois pés” — uma metáfora que, para muitos, foi interpretada como uma afronta aos valores conservadores da direita brasileira.

O lema “Deus, pátria, família e liberdade” se tornou um mantra para uma minoria que se autodenomina “cidadão de bem”. Essa parcela da população, já conhecida por suas manifestações acaloradas, decidiu que o comercial era o estopim para um boicote ao icônico chinelo brasileiro. As redes sociais rapidamente se tornaram um campo de batalha, com usuários convocando a população a jogar suas Havaianas fora e a criticar a atriz.

Mas o que realmente motiva essa reação? Para entender o fenômeno, é preciso considerar o contexto sociopolítico do Brasil. Nos últimos anos, o país tem visto um aumento nas tensões ideológicas, com grupos que clamam por uma volta aos tempos da ditadura militar. O que esperar de indivíduos que, em sua busca por um ideal, se acampam em frente a quartéis e clamam por um governo autoritário? O absurdo parece não ter limites.

A insanidade de protestar contra um produto que é parte da cultura e do cotidiano brasileiro expõe uma desconexão com a realidade. O que se espera de pessoas que já realizaram atos como rezar para um pneu ou sinalizar para o céu em busca de contato com alienígenas? O bom senso, claramente, encontra dificuldades em fazer parte desse discurso.

Creditos: Professor Fábio Andrey