O fedor do poder que apodrece Penedo
24/12/2025, 06:04:39Quando a arrogância política transforma direitos em favores e a cidade em refém de seus algozes. Frase de um ex-governador de Alagoas: "em toda casa tem que ter um pinico".
Desde que acompanho a vida política penedense, uma pergunta insiste em não calar: como um poder tão podre consegue existir à vista de todos sem causar revolta generalizada? A resposta é simples e incômoda: porque poucos ousam apontar o esgoto que corre a céu aberto nos corredores do poder.
Todos os prefeitos que passaram pela Casa Amarela, Azul ou por qualquer outra fachada cromática tiveram, em seus entornos, figuras asquerosas. Parasitas políticos que se alimentam da máquina pública, travestidos de assessores, secretários ou “homens de confiança”. Gente que não apenas ocupou cargos, mas apodreceu junto com eles, impondo práticas autoritárias e a velha lógica do mando e da humilhação.
São personagens capazes de revirar o estômago de qualquer cidadão que precise exercer um direito básico. Para os podres poderosos, direito é mercadoria; dignidade é moeda de troca. Com ar de vingança pessoal e soberba institucional, pisotearam os menos favorecidos, afastando o povo daquilo que lhe pertence por lei. Em Penedo, pouco importa a classe social: todos já foram, em algum momento, tratados como súditos.
E não é preciso esforço para identificar larápios do erário — municipal, estadual ou federal. Eles circulam livres, bem vestidos, discursando moralidade enquanto saqueiam cofres públicos. A desordem moral é tão profunda que contaminou governos, governantes e seus asseclas, criando um sistema onde a corrupção deixou de ser exceção e passou a ser método.
Como veículo de comunicação, não há espaço para tergiversar: silenciar é compactuar. Omitir é mentir duas vezes. É escolher a covardia como profissão. E esse papel, definitivamente, não cabe ao CPP.
Penedo não fede por ausência de saneamento básico. O mau cheiro vem da política mal resolvida, da arrogância de quem acredita que poder é sinônimo de pisotear pessoas. A cidade não chega à sua ETA — a verdadeira Estação de Tratamento de Anomalias Morais — porque bons projetos foram engavetados, esquecidos ou sabotados por vaidade, vingança ou medo de perder privilégios. O resultado é o atraso crônico que penaliza toda a população.
A vida ensina que não é a vingança que liberta, mas a memória. E a memória deixa claro que nem o correiodopovopenedo.com.br, nem seu fundador e redator-chefe, jamais fizeram parte desse grupelho que transformou Penedo em um gueto político. Um lugar onde vítimas caminham sem entender por que os mesmos nomes, os mesmos rostos e as mesmas práticas continuam sobrevivendo entre todos os poderes — sempre podres — massacrando desafetos antigos ou oportunistas de ocasião. Tudo fruto de mentes doentes, marcadas pela frustração moral e pela degradação humana.
No fim, sejamos honestos: viver sem governos corruptos talvez seja utopia.
Penedo não é exceção.
Penedo é reflexo.
Porque, gostemos ou não, faz parte de um país chamado Brasil.