Operação da PF em Alagoas apreende R$ 815 mil e joias

Operação da PF em Alagoas apreende R$ 815 mil e joias

Resumo da Operação na Saúde de Alagoas

A Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta terça-feira, 16, uma grande operação que resultou na apreensão de aproximadamente R$ 815 mil em espécie. A ação faz parte da Operação Estágio IV, que investiga um suposto esquema milionário na Saúde do estado de Alagoas. O secretário de Saúde local, Gustavo Pontes de Miranda, foi afastado por 180 dias a pedido da PF, decisão que foi acatada pelo governador Paulo Dantas.

Durante a operação, os agentes cumpriram mandados em sete locais diferentes, onde encontraram maços de dinheiro, que incluíam reais, dólares, euros, e joias, além de uma arma de fogo. O detalhamento das apreensões revela:

  • Local 1: R$ 59.750;
  • Local 2: R$ 19.600 + € 4.145;
  • Local 3: R$ 125.850 + € 6.480 + US$ 24.000;
  • Local 4: R$ 205.000;
  • Local 5: R$ 192.410 + uma arma de fogo;
  • Local 6: R$ 13.500;
  • Local 7: Joias avaliadas em R$ 300.000.

Considerando as cotações do dia da operação, o euro estava em R$ 6,43, e o dólar em R$ 5,47, o que torna a quantia total em dinheiro apreendido em cerca de R$ 1.115.708, ao somar os valores em reais e as joias.

Motivação da Operação

A PF deflagrou a operação com o objetivo de investigar um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em Alagoas. As investigações apontam para favorecimentos em contratos emergenciais realizados pela Secretaria de Saúde (Sesau) e o desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

O grupo investigado adquiriu bens de alto valor, incluindo uma pousada em Porto de Pedras, adquirida em 2023 por R$ 5,7 milhões, com recursos que, segundo a PF, seriam provenientes de empresários beneficiados pelo esquema. Os valores apreendidos também foram utilizados para custear viagens internacionais e outras despesas pessoais dos investigados.

Os contratos emergenciais firmados pela Sesau entre 2023 e 2025, que totalizam quase R$ 100 milhões e estão em execução, favoreceram duas empresas: uma fornecedora de material hospitalar e uma construtora, resultando no pagamento de vantagens indevidas aos envolvidos. Além disso, a investigação revelou um desvio superior a R$ 18 milhões por meio de ressarcimentos superfaturados de consultas e procedimentos médicos que nunca foram realizados.

Afastamento do Secretário de Saúde

O afastamento do secretário de Saúde de Alagoas, Gustavo Pontes de Miranda, foi determinado como uma das medidas cautelares, com a suspensão de suas funções públicas por 180 dias, conforme decidido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região. O governador Paulo Dantas concordou com a medida e anunciou a constituição de uma comissão especial para acompanhar as investigações, composta por representantes do Gabinete Civil, Controladoria-Geral do Estado e Procuradoria-Geral do Estado.

Em comunicado, o governo de Alagoas se posicionou contra quaisquer irregularidades envolvendo recursos públicos destinados à saúde e afirmou que está colaborando plenamente com a Polícia Federal, o Ministério Público e demais órgãos de controle. Apesar das investigações, as atividades da Secretaria de Estado da Saúde permanecem normais, sem interrupções nos serviços prestados à população.