Conheça os principais tipos de ciclones e suas características

Conheça os principais tipos de ciclones e suas características

Conheça os principais tipos de ciclones e suas características

Fenômenos se dividem em três categorias principais, com características e origens distintas.

Ciclones são sistemas de ventos circulares que giram em torno de um centro de baixa pressão atmosférica, atuando como reguladores do equilíbrio térmico do planeta, e se classificam em três tipos principais: tropicais, extratropicais e subtropicais, conforme sua origem e características. Esses fenômenos se formam quando o ar quente e úmido sobe de uma área oceânica, esfria e forma nuvens carregadas, com os ventos girando no sentido horário no Hemisfério Sul, e o contrário no Norte. Sua presença é mais comum sobre os oceanos, sendo mais rara a formação em continentes. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o movimento dos ciclones concentra umidade e calor no centro, levando à formação de nuvens e chuva. Eles são importantes para distribuir calor e umidade pela atmosfera da Terra. O nome ciclone funciona como um termo genérico, mas que abrange diversas formações com características diferentes.

Ciclones tropicais

Os ciclones tropicais são os mais energéticos e potencialmente devastadores. Seu núcleo é quente e se forma sobre oceanos tropicais, entre as latitudes 20° Sul e 20° Norte, próximo à Linha do Equador, sempre longe de frentes frias. As formações tropicais retiram energia do calor do mar, exigindo temperaturas da superfície oceânica acima de 26°C. A intensidade é medida pela velocidade dos ventos, que podem ultrapassar centenas de quilômetros por hora. Quando esses ventos sustentados atingem ou superam 120 km/h, o ciclone tropical recebe o nome de furacão, tufão ou simplesmente ciclone, dependendo da região onde ocorre. Um exemplo histórico no Brasil foi o Furacão Catarina, que atingiu o Sul do país em março de 2004. O pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destaca que o evento foi atípico, afirmando que "foi o primeiro furacão observado no Atlântico Sul, pelo menos desde que há registros meteorológicos confiáveis no Brasil, isto é, por 100 anos ou mais".

Ciclones extratropicais

Os ciclones extratropicais são o tipo mais frequente no país. Eles se formam nas latitudes médias, entre 30° e 60°, faixa que fica entre os trópicos e as regiões polares, e estão sempre associados a frentes frias. Diferente dos tropicais, seu núcleo é frio. Ocorrem durante todo o ano, mas com maior frequência no inverno, e sua intensidade é medida pela pressão atmosférica no centro, podendo ter diâmetro de milhares de quilômetros. O ciclone que atinge a porção ao sul do Brasil em dezembro de 2025 foi classificado como um sistema atípico, pois, apesar de ter formação extratropical, ocorre perto do verão, apresentando pressão atmosférica abaixo do normal e deslocamento lento, segundo a Defesa Civil de Santa Catarina. Em julho de 2023, um ciclone extratropical formado sobre o continente provocou chuvas e ventos fortes nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Ciclones subtropicais

Os ciclones subtropicais possuem características tanto dos tropicais quanto dos extratropicais. São mais comuns no litoral da Região Sudeste e da Bahia, se formando entre as latitudes 20° e 40°, na zona de transição entre os trópicos. Seu núcleo tem características quentes perto da superfície e frias em níveis mais altos. São medidos pela pressão, costumam se formar na primavera, nem sempre têm associação com frente fria e normalmente são menos intensos que os ciclones tropicais.

A confusão entre os termos relativos a ciclones é comum, mas cada um tem um significado específico. Furacão e tufão são nomes regionais para um ciclone tropical que atingiu sua fase mais intensa. O fenômeno em si é o mesmo, um sistema de baixa pressão com núcleo quente que se forma sobre águas oceânicas quentes. Um furacão é especificamente um ciclone tropical com ventos sustentados iguais ou superiores a 119 km/h que ocorre no Atlântico Norte, Caribe, Golfo do México e no nordeste do Pacífico. No centro de um furacão maduro, há uma região característica de calmaria. "Normalmente, bem no centro do furacão há uma região sem nuvens e com ventos calmos, chamada de olho do furacão", segundo o INPE. O mesmo fenômeno, nas mesmas condições de intensidade, recebe o nome de tufão quando ocorre no noroeste do Oceano Pacífico, região da Ásia. Já no Oceano Índico e no Pacífico Sul, o termo genérico ciclone, ou ciclone tropical intenso, é utilizado. A intensidade é comumente medida pela escala de ventos Saffir-Simpson, na qual são caracterizados como Categoria 3 ou superior.

É crucial diferenciá-los do tornado, que é um fenômeno distinto de ciclone. "Tornados são ventos giratórios em forma de funil. Formados geralmente em terra, com diâmetro (junto ao solo) entre alguns e dezenas de metros", segundo o INPE. Apesar de ter ventos que podem superar 400 km/h e ser altamente destrutivo, o tornado é muito mais localizado e de curta duração se comparado a um furacão, que é um sistema de centenas de quilômetros de diâmetro e pode durar vários dias.