Crescimento do Antissemitismo nas Ruas de São Paulo

Crescimento do Antissemitismo nas Ruas de São Paulo

O velho ódio se manifesta nas ruas

O velho ódio aos judeus exibe suas garras pelas ruas de São Paulo e de muitas outras cidades pelo mundo. Recentemente, uma cena alarmante destacou-se na Vila Madalena, um dos bairros mais badalados da capital paulista. Um casal de israelenses foi atacado por um vendedor de artesanato que, após descobrir a origem israelense do rapaz, desferiu um soco e gritou "genocida". A situação tornou-se tensa com a chegada de uma mulher que também se juntou ao ataque, ao invés de tentar parar a violência.

Esse cenário, que remete aos anos 1930 na Alemanha, gera preocupação e angústia, principalmente considerando que isso acontece no Brasil em 2025. Não é apenas na rua que o antissemitismo se revela, mas também em ambientes que deveriam ser seguros, como as universidades.

A incompetência das instituições de ensino

Nas universidades de São Paulo, a situação é dramatizada ainda mais pela falta de suporte às vítimas de assédio. Professores judeus enfrentam perseguições e ameaças por expressarem suas identidades. Em uma importante faculdade federal da cidade, mensagens antissemitas são frequentemente deixadas na porta dos docentes, enquanto alunos judeus são intimidados e até impedidos de frequentar aulas.

Este aspecto preocupante evidencia uma falha alarmante das instituições de ensino, que deveriam defender o diálogo e a diversidade, mas que, em vez disso, se tornaram palco de radicalismos e discriminação.

Atos de assédio à luz do dia

O ataque a judeus, frequentemente disfarçado sob a alegação de um combate ao sionismo, vem se intensificando em ambientes acadêmicos. Um incidente emblemático ocorreu na Faculdade de Direito da USP, onde o cientista político judeu André Lajst foi barrado em um evento na instituição devido a sua identidade, com a justificativa de que ele era um "notório sionista". Essa situação demonstra que o verdadeiro problema é a negação do direito à expressão e à vida de judeus em contextos acadêmicos.

Reflexões pessoais sobre o antissemitismo

Em um diálogo com uma tia, historiadora e filha de refugiados do antissemitismo na Alemanha, ela expressou seu choque ao reviver a história que seus pais viveram. As palavras dela são um lembrete assustador de que o passado pode se repetir se não estivermos atentos. "Como filha de alguém que fugiu do antissemitismo, é difícil acreditar que estou vivenciando a reedição desse capítulo. Temo pela geração dos meus filhos e dos meus netos.”

Esses relatos nos obrigam a refletir sobre a importância de combater o preconceito e a intolerância. O antissemitismo, como outras formas de discriminação, deve ser enfrentado com urgência e seriedade, pois a história já nos ensinou que, se não nos mobilizarmos contra isso, as consequências podem ser devastadoras.

Nunca mais, uma ova.