Entre contradições, “mentiras” e versões frágeis: a defesa de Augusto Heleno perde força

Defesa de General cai em contradições sobre diagnóstico de Alzheimer foi confirmado apenas neste ano.

Entre contradições, “mentiras” e versões frágeis: a defesa de Augusto Heleno perde força

A cada novo capítulo das investigações que cercam a velha cúpula militar do bolsonarismo, o nome do general Augusto Heleno volta ao

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 centro do turbilhão — não pela força que um dia ostentou, mas pela fragilidade cada vez mais evidente de suas explicações. O que antes parecia um escudo de prestígio e carreira hoje se transforma em uma armadura furada, incapaz de sustentar as versões apresentadas ao público e às autoridades. Entre contradições, “lapsos” e declarações que não se encaixam, a defesa de Heleno perde terreno justamente onde deveria ser mais sólida: na credibilidade.

O general, que ocupou o cargo estratégico de chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), tenta sustentar que jamais participou de articulações golpistas ou reuniões paralelas, como apontam delações e documentos já conhecidos. No entanto, a cada tentativa de reafirmar sua inocência, surge uma nova peça que desmonta a narrativa. As datas não batem. As falas se contradizem. Episódios antes negados passam a ser “mal compreendidos” ou “mal interpretados”, criando um mosaico de versões incompatíveis até para os defensores mais fiéis.

O desgaste é tão grande que até setores outrora próximos ao general começam a adotar distância estratégica. É o típico movimento de quem percebe que o barco está fazendo água e não vale a pena afundar junto. A insistência em negar o óbvio torna a situação ainda mais delicada. Não se trata apenas de proteger a própria biografia militar, mas de tentar impedir que um colapso narrativo respingue em todo um grupo político que se viu, mais cedo ou mais tarde, enredado pelas próprias escolhas.

Nesse cenário, o discurso de Heleno perde força não porque seus adversários são fortes, mas porque suas justificativas já não se sustentam sozinhas. Há uma diferença brutal entre erro e contradição, entre esquecimento e mentira, entre defesa e improviso. E quando a linha tênue entre esses elementos se desfaz, resta apenas a percepção de que a história contada não apenas falha em convencer — ela não se mantém de pé no menor sopro da realidade.

A trajetória do general poderia ter terminado de forma honrosa, preservando a memória do militar que um dia simbolizou firmeza institucional. Mas a insistência em versões fracas, costuradas às pressas e marcadas por recuos sucessivos, tem o efeito oposto: desgasta a imagem, expõe fragilidades e revela o quanto a verdade se torna um fardo pesado quando não se caminha com ela desde o início. Hoje, mais do que nunca, Augusto Heleno não enfrenta apenas as investigações — enfrenta a erosão pública de sua própria palavra.

Creditos: Professor Raul Rodrigues - com informações da internet