Ex-chefe da Receita é demitido por caso de joias

Julio Cesar Gomes é demitido pela CGU após relatório

O ex-secretário da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, que foi envolvido no caso da liberação das joias presenteadas pela Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sofreu a demissão por parte da CGU (Controladoria-Geral da União) no último dia 25.

Conforme publicado no Diário Oficial nesta segunda-feira (1), a CGU levou em consideração o relatório final do processo disciplinar que apontou que Gomes descumpriu seus deveres funcionais. Além da demissão, o ex-secretário está impedido de ocupar qualquer cargo público federal pelo período de cinco anos.

Gomes confirmou, durante depoimento à Polícia Federal, que manteve contato direto com Bolsonaro sobre a liberação dos bens que haviam sido apreendidos na alfândega do aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. Essa informação trouxe novos desdobramentos ao caso, que já vinha sendo investigado.

Na revelação de 2023 pela Folha de S.Paulo, ficou claro que Bolsonaro e o ex-secretário conversaram sobre a liberação das joias por telefone no dia 27 de dezembro de 2022, apenas dias antes do término do mandato do presidente. Isso foi considerado um indício de envolvimento direto do então chefe do Executivo na negociação das joias, cujo valor de mercado é estimado em R$ 6,8 milhões.

A primeira reunião na qual o caso foi discutido ocorreu na primeira quinzena de dezembro de 2022, possivelmente no Palácio do Planalto. Na ocasião, Bolsonaro questionou se Gomes tinha ciência de alguma apreensão da Receita Federal decorrente de sua viagem à Arábia Saudita. Gomes, em sua resposta, alegou que iria investigar.