Acusado de matar gari afirma que estava tranquilo
01/12/2025, 16:07:50Acusado de matar gari diz ter consciência tranquila
Renê da Silva Nogueira Júnior, acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes no dia 11 de agosto, afirmou estar com a consciência tranquila e recusou-se a pedir desculpas. Segundo ele, estaria "confessando uma culpa" por algo que não teria cometido.
Preso desde agosto, Renê concedeu uma entrevista exclusiva ao jornalista Roberto Cabrini, que foi ao ar na Record TV. "Não posso pedir desculpa porque eu não atirei", disse o empresário.
A entrevista exibida no programa Domingo Espetacular foi gravada no Presídio de Caeté, na Grande BH, onde o empresário se encontra detido. Ele se tornou réu pela morte de Laudemir, após, conforme o Ministério Público, ter atirado no gari durante uma discussão no trânsito.
Renê negou a autoria do crime durante a entrevista, classificando o episódio de um incidente. Segundo ele, uma bala perdida pode ter atingido o gari. O acusado admitiu que estava armado e que passou pelo local do crime, mas sustentou que não disparou. Ele também refutou a ideia de que estivesse irritado na discussão de trânsito que antecedeu a morte da vítima.
"O incidente pode ter acontecido. Até onde eu posso dizer, por causa do processo e orientação dos advogados, posso admitir que aconteceu um incidente (...). O que provavelmente aconteceu foi um acidente com a vítima: uma bala perdida", relatou à Record TV.
Após o crime, Renê saiu para passear com seus cães. Ao ser questionado por Cabrini sobre ter deixado o local após a morte do gari, Renê defendeu sua saída, afirmando que não era culpado. O repórter perguntou o que ele pensaria de alguém que atira, mata uma pessoa e segue a vida normalmente. Renê respondeu que chamaria essa pessoa de "psicopata". "Fui trabalhar normal no dia, fiz o que fiz com os cachorros e fui para a academia como sempre fazia no almoço. Eu não poderia mudar a minha rotina por algo que eu não fiz. Eu não sou esse cara que falam: matou e foi pra academia", afirmou.
Renê Júnior se defendeu dizendo que as provas do processo irão esclarecer àqueles que acreditam que ele matou o gari por "extrema arrogância".
Considerado fundamental no processo, o gari Thiago Rodrigues Vieira, que trabalhava com Laudemir no dia do crime, afirmou não ter dúvidas da autoria dos disparos. "Nem parou. Atirou e foi embora", disse à Record TV. Cerca de uma semana após o episódio, no dia 19 de agosto, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou ao Portal iG que Renê confessou ter matado o gari, versão da qual ele voltou atrás agora.
Naquele período, seu advogado informou ao Portal iG que ele havia demonstrado arrependimento e estava "muito abalado" com o ocorrido. "Quando for a hora certa, ele vai se manifestar. Mas ele pensa, sim, em pedir desculpas para a família, para todos, mesmo sabendo que não vai ter o perdão", declarou o advogado em agosto.
O gari Laudemir de Souza Fernandes foi morto em 11 de agosto, após uma discussão de trânsito entre Renê e a motorista de um caminhão de lixo que, segundo o réu, bloqueava a rua.
Testemunhas relataram que o empresário ameaçou a motorista e que a equipe de garis foi em defesa da mulher. Irritado, Renê então sacou a arma e disparou contra Laudemir, que acabou morrendo no hospital. Renê deixou a cena do crime sem prestar socorro, indo para o trabalho, depois para casa e, em seguida, para a academia, onde foi preso em flagrante. Imagens de câmeras de segurança capturaram todo o trajeto do dia.
Durante as investigações, a polícia encontrou a arma pertencente à esposa de Renê, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, da Polícia Civil. Após perícia, foi constatado que era a mesma pistola utilizada no crime.