Tarcísio comete erros ao pedir demissão de 'CEO' do Brasil
18/11/2025, 10:00:12Tarcísio e sua apresentação arriscada
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, recentemente se viu no centro de uma polêmica ao tentar agradar a plateia em um evento da G4 Educacional, fundado pelo empresário Tallis Gomes. Durante sua apresentação, ele fez alucinações sobre como o Brasil poderia se transformar em um gigante econômico mundial, mencionando que tudo que era necessário era substituir o 'CEO' do país, referindo-se ao presidente Lula.
Os riscos do discurso corporativo
A escolha de Tarcísio em utilizar uma metáfora do mundo corporativo traz riscos significativos. Uma dessas implicações é a reativação de um discurso que, nos anos 2010, promovia a ideia de que o Brasil não precisava de políticos para resolver seus problemas, mas sim de 'gestores'. Isso foi no tempo em que figuras como João Doria emergiram como promessas do PSDB, sugerindo que poderiam aplicar uma mentalidade empresarial na administração pública. No entanto, o foco de uma empresa é o lucro, enquanto a política pública exige uma abordagem completamente diferente.
A confusão da política com gestão
Tarcísio tenta insinuar que o verdadeiro problema do Brasil é a política. Irônico, considerando que ele mesmo é um político e seu mentor, Jair Bolsonaro, construiu sua carreira política revezando cargos desde vereador no Rio de Janeiro até a presidência da república, sem ter uma trajetória no setor privado.
Um erro de comunicação
Outro ponto controverso em seu discurso foi sua referência ao anfitrião, Tallis Gomes, que ocupou o cargo de CEO na G4 Educação até setembro de 2024. Gomes deixou o cargo após fazer declarações inaceitáveis, dizendo, "Deus me livre uma CEO mulher". Essa fala polêmica não é um caso isolado; o empresário também fez comentários em entrevistas sobre sua recusa em contratar "esquerdistas".
Perda de uma oportunidade
Com isso, Tarcísio perdeu uma chance de se distanciar de um discurso que ofendeu muitos, ignorando o fato de que seu anfitrião foi demitido por não entender o cenário atual.
*Este texto não reflete necessariamente a opinião do Portal iG