O Menor Aprendiz do Gabinete do Ódio

Entre garrafas vazias e sorrisos fingidos, a máscara da alegria encobre a dor de quem vive de aparência.

O Menor Aprendiz do Gabinete do Ódio

Reza a lenda que o Menor Aprendiz do Gabinete do Ódio — um infeliz acometido pela síndrome da testa marcada, o boi da cara preta — vivia esvaziando garrafas em sinal de festa e alegria.
Mas a vã filosofia já ensinava que a sinaleira da festa fora de época é sempre um agouro da depressão invertida. É, na verdade, o esconderijo da infelicidade nas contas e no amor — o desmanche daquilo que nunca foi sólido.
E conclui a vã filosofia: viver de aparência é ter data marcada para a explosão das verdades, com total insucesso nas investidas em busca de holofotes. No fundo, as prisões que lhe marcam a vida refletem o andar cambaleante entre o querer aparecer e a dor de ser o que é.
E dói demais, viu… bebe negão... eu vou beber pra esquecer minhas "angústrias" oi... bebe negão...

Creditos: Professor Raul Rodrigues