Lula critica operação policial no Rio e fala em matança
05/11/2025, 18:38:41Lula critica operação no Rio de Janeiro
Durante uma entrevista a veículos internacionais na COP30 em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se referiu à operação policial que resultou na morte de 121 pessoas no Rio de Janeiro como uma "desastrosa". Lula declarou: "O dado concreto é que a operação do ponto de vista da quantidade de mortes as pessoas podem considerar que ela foi um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa".
A operação, considerada a mais letal da história do estado, gerou um embate entre o governo federal e o estadual. O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), acusou o governo federal de não fornecer o apoio necessário e de ter negado pedidos de ajuda às Forças Armadas. As declarações de Castro foram respondidas por ministros do governo, incluindo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que negou as acusações.
Investigação e resposta do governo
O presidente Lula mencionou a importância de uma investigação sobre as circunstâncias da operação, afirmando que a ordem do juiz era de prisão e não de morte. Ele destacou que a participação dos legistas da Polícia Federal na investigação está sendo considerada. Durante a coletiva, o presidente também se manifestou sobre a necessidade de um trabalho coordenado contra o narcotráfico.
Em sua conta oficial no X (antigo Twitter), Lula comentou sobre o envio ao Congresso do PL Antifacção, que aumenta as penas para crimes relacionados a facções criminosas, assim como a PEC da Segurança Pública, que visa aprimorar as medidas de combate ao crime organizado. Recentemente, o governo sancionou um projeto de lei que prevê penas de prisão para quem ameaça ou planeja ataques contra autoridades que lutam contra o crime organizado.
Impacto político e futuro
A crise de segurança resultante desta operação pode afetar a imagem do governo Lula, que estava desfrutando de uma melhora em seus índices de aprovação. Os auxiliares do presidente relataram que ele tem priorizado essa questão e cobrado agilidade na tramitação do projeto de lei antifacção no Congresso Nacional.
Na ausência de Lula, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, convocou uma reunião de emergência com ministros para discutir a situação da segurança pública, onde foi deliberado que os ministros iriam ao estado na quarta-feira seguinte. O governo também autorizou a transferência de líderes do Comando Vermelho para presídios federais de segurança máxima em resposta a pedidos do governador do Rio.
Diante desse cenário, a administração brasileira enfrenta um desafio significativo em equilibrar a segurança pública e a eficácia de suas operações policiais, buscando garantir a ordem sem comprometer a vida dos cidadãos.