Segunda superlua acontece esta semana no Brasil

Segunda superlua acontece esta semana no Brasil

Um espetáculo astronômico

O céu do Brasil será cenário de um espetáculo astronômico nesta quarta-feira (5), com a ocorrência da segunda superlua de 2025. O fenômeno deverá retornar no dia 4 de dezembro deste ano.

Entendendo o termo superlua

Durante as datas, a Lua estará próxima do perigeu, ponto em que atinge a menor distância em relação à Terra, o que lhe confere a classificação de superlua, segundo determinados critérios astronômicos.

Segundo o Observatório Nacional, a astrônoma Dra. Josina Nascimento, que coordena a Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência (DICOP/ON), explica que o termo superlua não possui respaldo científico. A expressão foi criada em 1979 pelo astrólogo Richard Nolle na extinta revista Dell Horoscope. Ele definiu o adjetivo super para luas cheias que ocorressem no perigeu ou a até 90% de sua proximidade. No entanto, essa margem de 90% foi estabelecida de forma arbitrária e não possui base científica reconhecida.

Por não ter base científica, o termo acaba gerando divergências entre instituições astronômicas. A União Astronômica Internacional, responsável pela padronização de nomes na área, não define um critério oficial para determinar quão próxima do perigeu uma Lua cheia deve estar para ser considerada uma superlua. Assim, a classificação varia de acordo com a instituição ou fonte consultada.

Como definir uma superlua?

Alguns especialistas classificam como superlua as luas cheias ou novas que ocorrem quando o satélite natural está a até 360 mil quilômetros da Terra. Outros adotam o termo quando as fases cheia ou nova acontecem em um intervalo curto de tempo em relação ao perigeu, ponto da órbita onde a Lua está mais próxima do planeta. Apesar das divergências, o termo ganhou popularidade e passou a ser usado também por astrônomos como uma forma de conectar o público à ciência.

A Dra. Josina Nascimento ressalta que o fenômeno é reconhecido apenas quando ocorre na fase cheia. Contudo, sempre que a Lua percorre sua órbita em volta da Terra, completando seu ciclo de fases, em algum momento ela alcançará o perigeu. Por isso, em teoria, cada ciclo lunar poderia ter sua própria superlua.

A variação na aparência do satélite natural ocorre porque sua órbita é elíptica, não circular. Durante esse movimento, a distância entre a Lua e a Terra muda constantemente: o perigeu marca o ponto mais próximo, enquanto o apogeu corresponde ao mais distante.

Dicas para observar as superluas

De acordo com a astrônoma, todas as luas cheias surgem no horizonte leste quando o Sol se põe no oeste, permanecendo visíveis durante toda a noite, desaparecendo no horizonte oposto ao amanhecer. Esse alinhamento permite observar a Lua do início ao fim da noite. Quando a Lua cheia ocorre próxima ao perigeu, como nas chamadas superluas, ela parece mais brilhante e um pouco maior do que o habitual, proporcionando um espetáculo ainda mais impressionante. Para observar o fenômeno, é ideal escolher locais com boa visibilidade do horizonte e pouca poluição luminosa.

As primeiras horas após o nascer da Lua costumam ser o melhor momento para observação, já que ela estará próxima ao horizonte, criando um efeito visual marcante. Apesar disso, a experiência dependerá das condições climáticas.

As superluas de 2025

Segundo o Observatório Nacional, o ano de 2025 poderá registrar até três superluas, dependendo do critério adotado para a definição do fenômeno. Se for considerada superlua toda Lua cheia que ocorre a até 90% de proximidade do perigeu, então haverá duas datas marcantes: 5 de novembro e 4 de dezembro. Nesses dias, a Lua estará a 356.980 km e 357.219 km da Terra, respectivamente, distâncias que também se enquadram no critério alternativo usado por alguns especialistas, que define o limite de 360 mil km para caracterizar o evento. Por outro lado, se o parâmetro for mais restritivo, considerando apenas quando a fase cheia ocorre com até 12 horas de diferença do perigeu, apenas o fenômeno de 5 de novembro poderá ser classificado como tal, pois a diferença será de 9 horas e 10 minutos.