Morre Dick Cheney, ex-vice-presidente dos EUA aos 84 anos

Morre Dick Cheney, ex-vice-presidente dos EUA aos 84 anos

Morre Dick Cheney, ex-vice-presidente dos EUA, aos 84 anos

O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Dick Cheney morreu aos 84 anos. A informação foi confirmada pela família nesta terça-feira (4). "Sua amada esposa há 61 anos, Lynne, suas filhas, Liz e Mary, e outros membros da família estavam com ele quando ele faleceu", disse a família em comunicado, adicionando que ele morreu na noite de ontem, devido a complicações de pneumonia e doenças cardíacas e vasculares. "Somos imensamente gratos por tudo o que Dick Cheney fez pelo nosso país. E somos imensamente abençoados por ter amado e sido amados por este nobre gigante de um homem", conclui a nota, divulgada pela CNN dos Estados Unidos.

Quem foi Dick Cheney, o "arquiteto da guerra ao terror"

Nascido em Lincoln, Nebraska, em 1941, Richard Bruce Cheney iniciou sua carreira política no Partido Republicano na década de 1960. Ele esteve ao lado do presidente George W. Bush por dois mandatos, entre 2001 e 2009. Antes de ser vice-presidente, Cheney já havia ocupado cargos importantes em Washington: foi secretário de Defesa, no comando das forças americanas na Guerra do Golfo, e liderou o gabinete da Casa Branca nos anos 1970, sob Gerald Ford. Ele também representou o estado de Wyoming por seis mandatos. Ficou conhecido como um dos mais controversos e poderosos vice-presidentes dos EUA, devido à sua atuação na criação das políticas de segurança nacional após os ataques de 11 de setembro de 2001. No mesmo ano em que chegou ao gabinete da vice-presidência, coordenou a resposta imediata aos atentados da Al Qaeda, diretamente de um bunker sob a Casa Branca. A partir dali, tornou-se uma das vozes mais influentes da gestão.

Cheney também esteve entre os articuladores da invasão do Iraque em 2003, que começou sob a justificativa de que o país tinha armas de destruição em massa. É daí que vem o título "arquiteto da guerra ao terror". No governo Bush filho, Cheney queria ampliar os poderes presidenciais e teve influência direta nas decisões de segurança nacional. Também apoiou práticas como interrogatórios violentos e prisões sem julgamento na base de Guantánamo, que geraram críticas dentro e fora dos EUA. O ex-vice-presidente terminou o segundo mandato com baixa popularidade, mas continuou ativo na política. Nos últimos anos, rompeu com o Partido Republicano após várias críticas contra Donald Trump, a quem chamou de "covarde" e acusou de tentar minar a democracia americana. Afastado da sigla, declarou voto na democrata Kamala Harris nas eleições do ano passado.

"Amigo inabalável", diz Bush

O ex-presidente George W. Bush lamentou, em nota, a morte de Cheney, a quem descreveu como "um conselheiro leal e um amigo inabalável". A filha do ex-vice-presidente, Liz Cheney, ex-deputada e crítica ferrenha de Trump, disse que o pai "serviu o país com coragem e convicção até o fim".