Rio de Janeiro enfrenta desafios na segurança pública
04/11/2025, 09:23:53Introdução
O RJ, de novo, está no olho do furacão em relação à segurança pública. Esse texto inicia uma série de outros cujo tema é o mesmo: a cidade do Rio de Janeiro, especialmente sob a perspectiva da segurança pública, sendo – sem nenhum trocadilho infame – o gatilho dessa iniciativa a chamada “Operação Contenção” deflagrada pelas Polícias Civil e Militar do RJ no último dia 28 de outubro, nos Complexos da Penha e do Alemão.
Panorama da Segurança Pública no Brasil
Fazendo um breve sobrevoo na questão da segurança pública no Brasil, temos números absolutamente alarmantes, e que seguem colossais mesmo com alguma melhora observada de modo especial na última década (2015-2025). Segundo o “Mapa da Violência” de 2025, publicação técnica publicada anualmente pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, entre 2022 e 2023, houve redução de 2,3% na taxa de homicídio por 100 mil habitantes no país.
Com isso, o Brasil atingiu o índice de 21,2, o menor dos últimos 11 anos. Em âmbito mundial, a Jamaica é o país com a maior taxa de homicídios: 49,3 por 100 mil habitantes.
Histórico de Homicídios
A situação do Brasil já foi pior. Em 2016, morreram 62.517 por arma de fogo, violentamente. 2017 registrou 65.600 vítimas na mesma condição. Mesmo com a queda no índice de mortes violentas por arma de fogo, os números absolutos no Brasil ainda chocam: em 2023, 45.747 pessoas foram vitimadas de modo fatal e violento.
Contexto Global
O Brasil, mesmo com a melhora acima indicada, integra um pequeno grupo de países notabilizados pela violência. De fato, apenas cinco países – Brasil, Nigéria, México, Índia e África do Sul – responderam por 40% dos homicídios no mundo em 2023. E somados a outros cinco países, esse grupo (5 + 5) é responsável por 53% dos homicídios globais.
Causa e Efeito
Os “campeões” de homicídios têm um fatídico ponto em comum: crescimento do crime organizado, muito embora com nuances ou particularidades para cada local. Deveras, as Américas, especialmente a Latina de um modo geral (Sul e Central), lidam com as “pandillas”, nos países de fala hispânica, e quadrilhas ou grupos criminosos no Brasil.
Conclusão
É justamente esse o ponto principal a ser analisado, afinal, hoje, no Brasil, é impossível se falar sobre violência, especialmente violência urbana, sem haver uma análise do chamado crime organizado. É isso – além de outras reflexões, claro – que traremos aqui nesta coluna, ao longo da semana.
Por fim, optamos por não escrever logo em seguida à Operação Contenção, para colher mais dados e esclarecimentos a fim de poder analisar e opinar com mais precisão. Escrever no calor dos fatos poderia gerar juízos precipitados de nossa parte.