Socorrinho: a professora que ensinou com alegria e partiu deixando saudade

Diziam os mais velhos que a morte, quando passa por Penedo, faz parada por certo tempo e, infelizmente, visita os nossos entes queridos — parentes consanguíneos ou não —, deixando a marca da despedida contra a nossa vontade. Assim se foi Socorrinho.

Amiga herdada da convivência entre minha mãe e a professora Enoi Gonçalves, bem como de seu Alonso — tratorista da antiga SUVALE e amigo pessoal do meu pai —, Socorrinho foi símbolo das mulheres de sonhos independentes. Assim sempre se portou. Como professora de Educação Física, destacou-se nas escolas por onde passou, atuando como treinadora dos esportes que tanto admirava. Brilhou nos Jogos da Primavera, conduzindo seus alunos com entusiasmo e dedicação à sua maneira única de ensinar e inspirar.

Pessoa alegre, nunca deixou de celebrar a vida, especialmente nas noites festivas entre os amigos, a quem sempre tratava com respeito e cordialidade. Na política, mantinha firmeza em suas opiniões e partilhava seus pontos de vista com aqueles que admirava, sustentando com convicção suas escolhas. Rebelde, sim — mas uma rebeldia movida por causas justas e bem definidas.

Sua partida precoce deixa um vazio entre todos que a conheceram — entre os familiares, lembrando-se de Alonsinho, in memoriam, e de sua irmã Maria Helena Gonçalves, também professora, hoje residente em Maceió —, e neste amigo que sempre encontrou nela amizade sincera e carinho recíproco. Fica a saudade de quem conheceu e conviveu com Socorrinho até a tarde desta triste segunda-feira, quando nos deixou, vítima de um infarto fulminante, segundo as primeiras informações sobre seu falecimento.

Penedo perde uma guerreira em todos os sentidos — e uma amante da liberdade, na mais completa expressão da palavra.