Oposição deve dominar Senado no pleito de 2026
31/10/2025, 10:31:37Oposição no Senado em 2026
Em seu recente encontro com o presidente dos EUA, e diante de questionamentos de jornalistas presentes, o mandatário norte-americano foi questionado sobre Bolsonaro. Lula declarou algo como "ele [Trump] vai acabar descobrindo que Bolsonaro não é nada". Essa declaração, embora impactante, parece ter sido feita mais para reforçar sua própria posição do que como uma análise fundamentada. Lula, experiente no cenário político, sabe que o ex-presidente, politicamente, ainda está ativo e influente.
Atualmente, a composição do Senado Federal, considerando apenas os senadores claramente opositores (PSD, PL, PP, União, Republicanos), soma 46 parlamentares contrários ao governo. Existe também a possibilidade de mais 11 senadores do MDB, cujos apoios podem variar dependendo de futuras circunstâncias.
O cenário para as eleições de 2026 se mostra ainda mais desafiador para o governo, com projeções indicando um aumento da bancada de oposição. Mesmo que Lula consiga a reeleição, ele deverá enfrentar uma oposição consideravelmente mais forte, que incluirá candidatos explicitamente ligados ao bolsonarismo.
Pesquisas realizadas pela Real Time Big Data apontam que, em sete estados, a tendência é o aumento da representação da oposição e bolsonaristas em relação aos atuais representantes. Esses estados incluem Acre, Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná, Roraima e Tocantins.
Por outro lado, há quatro estados onde a oposição pode perder algumas cadeiras: Amapá, Ceará, Espírito Santo e Sergipe. No que diz respeito a Rio Grande do Sul e São Paulo, a situação permanece incerta, uma vez que as definições de candidatos ainda não foram finalizadas.
Com essa vantagem numérica, a oposição tem potencial para eleger o próximo presidente do Senado em fevereiro de 2027. No entanto, para garantir uma maioria confortável, capaz de pautar questões significativas – como o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes – seria necessário alcançar 54 senadores, algo que parece difícil de ser realizado.
Particularmente em São Paulo, a disputa é acirrada. Quatro candidatos disputam de forma intensa: de um lado, os representantes da esquerda, Guilherme Boulos (18%) e Fernando Haddad (17%); do outro, os representantes do bolsonarismo, Guilherme Derrite (16%) e Ricardo Salles (12%). Mesmo outros candidatos, como Marina Silva, Mara Gabrilli e Paulo Serra, possuem chances mais modestas.
Lula e o PT enfrentam um complexo tabuleiro político, onde muitas peças parecem já ter sido perdidas. Contudo, é crucial que tentem ao menos consolidar uma presença significativa, mesmo que apenas simbólica, diante da importância da imagem e da retórica no cenário político.