Entenda o significado do furacão Melissa e suas implicações

Entenda o significado do furacão Melissa e suas implicações

Introdução ao furacão Melissa

Quando o "furacão Melissa" apareceu na lista oficial do Atlântico em 2025, muita gente se surpreendeu ao descobrir que tempestades recebem nomes como se fossem pessoas. O costume, que hoje desperta curiosidade e até memes nas redes sociais, tem uma função essencial: facilitar a comunicação e os alertas em momentos de emergência.

O sistema de nomeação das tempestades

O sistema de nomeação é coordenado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e varia conforme a região. No Atlântico, por exemplo, as listas incluem nomes em inglês, espanhol e francês, alternando entre masculino e feminino, como Andrea, Barry, Chantal, Dexter, Erin, Fernand, Gabrielle, Humberto, Imelda, Jerry, Karen, Lorenzo, Melissa, Nestor, Olga, Pablo, Rebekah, Sebastien, Tanya, Van e Wendy.

Mas o hábito não é exclusivo das Américas. No Pacífico, Índico, Austrália e Filipinas, cada país ou centro meteorológico contribui com suas próprias listas, algumas com nomes pessoais, outras com palavras típicas, como flores, animais e lugares. Nas Filipinas, por exemplo, é comum ver nomes populares como Auring, Bising, Crising, Dante e Fabian, que soam familiares para muitos moradores.

As tempestades mais famosas do mundo

Ao longo das décadas, vários nomes entraram para a história. Alguns, como Katrina (2005), se tornaram sinônimo de tragédia: o furacão devastou Nova Orleans e matou mais de 1.800 pessoas. Outros, como Sandy (2012), deixaram marcas profundas em Nova York e Nova Jersey, enquanto Haiyan, conhecido localmente como Yolanda (2013), destruiu cidades inteiras nas Filipinas.

Veja alguns dos nomes de tempestades mais lembradas:

  • Katrina (2005) – EUA: devastou Nova Orleans, mais de 1.800 mortos
  • Sandy (2012) – Caribe / EUA: atingiu Nova York e Nova Jersey, 233 mortos
  • Haiyan (Yolanda, 2013) – Filipinas: mais de 6 mil mortos
  • Tracy (1974) – Austrália: destruiu a cidade de Darwin no Natal
  • Nargis (2008) – Mianmar: mais de 138 mil mortos
  • Mitch (1998) – América Central: mais de 11 mil mortos
  • Maria (2017) – Caribe: devastou Dominica, Porto Rico e as Ilhas Virgens, milhares de mortos
  • Matthew (2016) – Haiti, Cuba e EUA: categoria 5, mais de mil mortos
  • Michael (2018) – EUA: atingiu a Flórida como categoria 5
  • Michelle (2001) – América Central e Caribe: ventos e chuvas intensas
  • Marilyn (1995) – Ilhas Virgens Americanas: causou grande destruição
  • Milton (2024) – EUA: furacão recente e historicamente poderoso
  • Maria, Irma e Harvey (2017) – trio que devastou o Caribe e os EUA
  • Freddy (2023) – África Oriental: ciclone mais duradouro já registrado
  • Luis (1995) – Porto Rico, Bermudas e Terra Nova: categoria 4, entre 28 de agosto e 12 de setembro de 1995, com grandes prejuízos

Esses nomes ficaram tão associados à destruição que foram aposentados, uma prática oficial da OMM para evitar lembranças dolorosas e confusões em futuros alertas.

A “maldição” dos furacões com a letra M

De acordo com a Metsul, há uma superstição curiosa: a “maldição dos furacões com a letra M”. A crença surgiu depois que sete nomes começados por M foram aposentados por causarem destruição extrema, entre eles Maria, Matthew, Mitch, Michael, Michelle, Marilyn e o recente Milton (2024). De fato, o padrão chama atenção: todos foram furacões intensos, muitos de categoria 4 ou 5, que atingiram o auge da temporada atlântica.

Mas, segundo meteorologistas, não há nada de sobrenatural. A explicação é científica: as tempestades com a letra M ocorrem em setembro, período em que o oceano está mais quente e as condições atmosféricas favorecem ciclones poderosos.

Por que as tempestades têm nomes?

Antes da década de 1950, ciclones tropicais eram identificados apenas por números ou coordenadas geográficas. Isso causava confusão nas comunicações de rádio e imprensa. A solução foi dar nomes curtos e fáceis de memorizar, o que tornou as mensagens de alerta mais eficientes. Por muitos anos, os nomes eram apenas femininos, até 1979, quando as listas passaram a alternar entre gêneros, refletindo a busca por equilíbrio e representatividade. Hoje, os nomes seguem listas rotativas que se repetem a cada seis anos. Se uma tempestade é especialmente destrutiva, seu nome é retirado e substituído por outro.

Há uma tempestade com o seu nome?

Com milhares de ciclones já nomeados ao longo da história, é bem possível que seu nome já tenha passado por uma dessas listas ou esteja prestes a aparecer. Você pode conferir nas páginas oficiais do National Hurricane Center (NOAA), da Organização Meteorológica Mundial e do Bureau of Meteorology da Austrália. Há também listas locais, como a da PAGASA, nas Filipinas, que mantém conjuntos de nomes populares usados apenas em território filipino.

E se o seu nome ainda não apareceu? Pode ser só uma questão de tempo. Afinal, novas listas são criadas e revisadas constantemente e o próximo furacão pode muito bem levar o seu nome.