PF prende quadrilha que desviou R$ 22 milhões em pensões
30/10/2025, 13:31:38Ação da Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) prendeu quatro pessoas na manhã desta quinta-feira (30), durante a Operação Capgras, que investiga fraudes em pensões e benefícios de servidores falecidos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo a PF, o grupo movimentou cerca de R$ 22 milhões entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024 por meio de falsificação de documentos, estelionato, lavagem de dinheiro e uso de empresas de fachada. Há indícios de que parte do dinheiro tenha sido destinada à cúpula da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Mandados de prisão e apreensões
Ao todo, foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos. As ações ocorreram em bairros do Rio, como Barra da Tijuca, Recreio, Piedade, Inhoaíba e Senador Camará, além das cidades de Nova Iguaçu, Nilópolis, Mangaratiba e Mogi das Cruzes (SP). Em São Paulo, nos fundos da residência do principal alvo da operação, os agentes encontraram um "escritório do crime", com estações de trabalho, computadores, arquivos e planilhas que detalhavam as práticas ilegais. Já na Barra da Tijuca, em um condomínio de luxo, a PF apreendeu dinheiro em espécie, joias, relógios de grife, celulares, veículos, cofres, uma máquina de contar dinheiro e documentos.
Como funcionava o esquema
Segundo as investigações, os criminosos utilizavam documentos falsos para se passarem por familiares de ex-professores da UFRJ e, assim, receber indevidamente pensões e benefícios da instituição. O grupo também teria praticado outros golpes bancários e fraudes previdenciárias. O inquérito começou após a denúncia de um pensionista, que percebeu a inclusão de um beneficiário falso em sua pensão. A própria universidade realizou uma auditoria interna e identificou casos semelhantes. O prejuízo estimado para a instituição é de cerca de R$ 1,2 milhão. A PF não descarta a possibilidade de que o grupo tenha aplicado o mesmo esquema em outros órgãos públicos. Os investigados podem responder por falsificação de documento público, estelionato, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O nome da operação
O nome da operação faz referência à síndrome de Capgras, transtorno psiquiátrico descrito em 1923 pelo francês Joseph Capgras, no qual a pessoa acredita que alguém próximo foi substituído por um impostor.