Paulo Dantas com tantas boas notícias para nada?

Nos últimos meses, o governo de Paulo Dantas tem se empenhado em espalhar boas notícias — investimentos, obras, programas sociais, parcerias e anúncios de crescimento econômico. Aparentemente, Alagoas vive um momento de prosperidade. Mas quando se olha para o chão da realidade, a sensação é outra: muito discurso, pouca transformação.

A comunicação governamental é intensa, e nisso Paulo Dantas é habilidoso. Está sempre com um microfone na mão, uma inauguração na agenda e um sorriso no rosto. Mas a pergunta que ecoa é simples e direta: com tantas boas notícias, por que nada parece mudar de verdade na vida do povo?

Os índices sociais continuam teimosos: pobreza persistente, juventude sem oportunidades e municípios que dependem quase que exclusivamente de repasses do Estado. As obras prometidas demoram a sair do papel, e as que saem muitas vezes são fruto de parcerias federais ou continuam sob a sombra de governos anteriores. O marketing é bom, o resultado é fraco.

Há uma distância crescente entre o discurso de prosperidade e o cotidiano do alagoano comum. Enquanto o governo celebra dados e números de gabinete, a população continua enfrentando filas, carências e desigualdades. É como se o governo vivesse num Alagoas imaginário, onde tudo é perfeito — mas que só existe nas postagens oficiais e nas falas cuidadosamente ensaiadas.

Paulo Dantas pode até ser o governador das boas notícias, mas até agora não conseguiu ser o governador das boas mudanças. O povo não quer saber de manchetes — quer sentir o resultado no bolso, na rua, na saúde, na educação e na segurança.

E é aí que reside o problema: tantas boas notícias para nada é o mesmo que governar no vazio. Um governo que fala mais do que entrega corre o risco de ser lembrado não pelas realizações, mas pela distância entre o que prometeu e o que efetivamente construiu.