Governo Federal e Rio firmam escritório para combater crime
30/10/2025, 00:30:45Governo Federal e o Estado do Rio de Janeiro em Ação Conjunta
Proposta foi divulgada em entrevista coletiva nesta quarta-feira (29) com Cláudio Castro e Ricardo Lewandowski; departamento será chefiado por secretário de Segurança Pública do RJ e pelo secretário nacional da mesma pasta, Mário Sarrubbo.
Na tarde desta quarta-feira (29), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, teve uma reunião com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), para discutir sobre a megaoperação policial que terminou com mais de 130 mortos e 113 presos. Após a reunião, o ministro e o governador anunciaram um acordo para instalar um escritório emergencial de enfrentamento ao crime organizado em território fluminense.
O escritório será comandado pelo secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, e pelo secretário nacional da pasta homônima, Mário Luiz Sarrubbo, ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo.
O governador declarou que a ideia a partir de agora é que ações de combate ao crime organizado no estado aconteçam de forma integrada com o Governo Federal.
Troca de Acusações e o Contexto da Violência
O anúncio da criação do escritório ocorre um dia após uma troca de acusações entre o governo Castro e o ministro da Justiça. Na terça-feira (28), Lewandowski chegou a dizer ao governador que ele deveria se responsabilizar ou "jogar a toalha".
No primeiro momento da operação, o governador decidiu atribuir as responsabilidades da megaoperação ao governo federal, afirmando em coletiva de imprensa que não recebeu ajuda do governo Lula. Por outro lado, Lewandowski rebateu, afirmando que o governo federal não foi notificado sobre nenhuma operação, enquanto o governador já estava ciente da investigação da Polícia Federal contra facções criminosas que está em andamento.
Críticas e Retornos
Após inúmeras críticas sobre um possível uso político da operação, que já foi utilizada por outros governadores de direita, Castro recuou e recebeu integrantes do governo Lula. Vale ressaltar que o governo Lula propôs a PL Antifacção, para sufocar financeiramente os grupos criminosos e aumentar as penas para líderes de facções. O projeto também propõe a criação de uma base de dados nacional para rastrear criminosos, embora governadores de oposição tenham se posicionado contra a medida.
Aliados de Lula afirmam que governadores de direita estão usando as mortes no Rio como palanque para as eleições de 2026, com Edinho Silva comentando que "não é com politicagem que se vai derrotar o crime organizado". Freixo também mencionou que a chacina eleitoral foi planejada politicamente.