Diabo Loiro é preso em operação contra o PCC em Campinas
30/10/2025, 20:32:10Operação Off White
Pelo menos quatro pessoas foram presas, nesta quinta-feira (30), sendo uma delas, segundo a polícia, uma liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), em ação que mirou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas e à facção criminosa.
Por meio do 1º Batalhão de Ações Especiais (BAEP) de Campinas, a Polícia Militar de São Paulo, a Operação Off White, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, resultou na prisão de indivíduos envolvidos em diversas atividades ilícitas. Agentes foram às ruas cumprir nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão nas cidades de Campinas, Artur Nogueira e Mogi Guaçu, causando um impacto significativo nas operações do PCC na região. Foi determinado o bloqueio e sequestro de 12 imóveis de alto padrão e o congelamento de valores em instituições bancárias.
Confronto durante a operação
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) enviadas ao Portal iG, durante o cumprimento de um mandado, um criminoso entrou em confronto com policiais militares e morreu baleado. Um sargento do BAEP também foi atingido, mas felizmente está hospitalizado e fora de perigo. Também foram apreendidos nas diligências mais de R$ 300 mil em espécie, quatro armamentos e maquinários para embalar drogas.
Quem é Diabo Loiro
Entre os detidos, está Eduardo Magrini, conhecido como Diabo Loiro, que, segundo a Polícia Civil, é uma das lideranças do PCC. Nas redes sociais, Magrini se define como produtor rural e influenciador digital, exibindo em suas postagens um estilo de vida luxuoso, que inclui cavalos, veículos de luxo e viagens. Em seu perfil, há diversas imagens de haras e transporte de gado, além de registros fotográficos de viagens internacionais e frequentando rodeios.
No entanto, as autoridades policiais afirmam que ele é suspeito de ter participação direta em ataques contra as forças de segurança do estado em 2006, quando a capital e cidades do interior sofreram ataques do PCC. Membros da facção realizaram rebeliões simultâneas e atentados coordenados. O suspeito também possui passagens criminais por homicídio, formação de quadrilha, receptação e uso de documento falso.
Investigações em andamento
De acordo com as investigações, o grupo do qual Diabo Loiro faz parte é composto por traficantes, empresários, agiotas e influenciadores, e movimentava grandes quantias de dinheiro obtidas com o tráfico, misturando os valores ilícitos a recursos provenientes de atividades empresariais legais para dificultar o rastreamento do dinheiro. Conforme a SSP informou ao Portal iG, as apurações começaram a partir de provas reunidas nas Operações Linha Vermelha e Pronta Resposta, que revelaram conexões entre traficantes conhecidos e integrantes da facção criminosa. O Gaeco relatou que esses investigados atuavam há anos na acumulação e dissimulação de patrimônio oriundo do crime, realizando diversas transações imobiliárias e financeiras para esconder os verdadeiros beneficiários e a origem ilícita dos bens. Agora, segundo a polícia, as investigações continuam para identificar outros envolvidos e rastrear novas ramificações do esquema.