Calor e pouca chuva em novembro afetam abastecimento em SP
30/10/2025, 17:34:08O mês de novembro deve ser de calor acima do normal e chuvas abaixo da média na região metropolitana de São Paulo. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), as temperaturas devem superar os padrões históricos em praticamente todo o estado, especialmente no interior, onde as médias podem ultrapassar os 24 °C. Já as precipitações devem ser irregulares e menores que o esperado, o que aumenta o risco de seca e pressão sobre o sistema hídrico.
De acordo com dados da Sabesp, o Sistema Cantareira, responsável por abastecer cerca de 7 milhões de pessoas, operava, até o fim de outubro, com 23,3% da capacidade total, abaixo da média para o mesmo período do ano passado. Outro sistema que atende a Grande São Paulo, o Alto Tietê, está em 22,2%. Com isso, a região abastecida por eles está na Faixa 4 de criticidade, que significa 12 horas de pressão baixa noturna nas torneiras. Caso haja redução desse nível nos reservatórios, a Faixa 5 prevê 14 horas de redução na vazão d'água.
Para preservar os níveis, a Sabesp mantém o programa de redução de pressão na rede, uma medida técnica que reduz perdas e ajuda a equilibrar a distribuição de água em períodos secos. Segundo a companhia, o sistema é monitorado em tempo real e busca garantir o abastecimento contínuo sem causar impacto perceptível para o consumidor.
Níveis de criticidade: O Governo de São Paulo divulgou, na última sexta-feira (24), um plano de contingência para garantir o abastecimento de água na Região Metropolitana diante do risco de uma nova crise hídrica. O planejamento prevê medidas graduais, como redução de pressão na rede por até 16 horas, uso da reserva técnica das represas e, em caso de agravamento, a adoção de rodízio no fornecimento. O plano estabelece sete faixas de operação, que determinam medidas progressivas conforme o agravamento do nível das represas. Entre as ações previstas estão redução de pressão na rede, exploração do volume morto e, no limite, rodízio no fornecimento.
Confira as medidas por faixa de criticidade:
Faixa 1 — abaixo de 43,8%
Revisão das transposições de bacias e reforço das campanhas de uso consciente.
Faixa 2 — abaixo de 37,8%
Redução da pressão da rede por 8 horas durante a noite.
Faixa 3 — abaixo de 31,8%
Redução da pressão por 10 horas e economia estimada de 8 mil litros por segundo.
Faixa 4 — abaixo de 25,8%
Limitação da pressão por 12 horas.
Faixa 5 — abaixo de 19,8%
Medidas mais rígidas, com 14 horas de contenção no sistema.
Faixa 6 — abaixo de 9,8%
Contenção de 16 horas, com instalação de bombas para captação do volume morto e prioridade de abastecimento para serviços essenciais, como hospitais, clínicas de hemodiálise, presídios e bases do Corpo de Bombeiros.
Faixa 7 — nível zero.
De acordo com o governo, as medidas serão acionadas somente se os reservatórios permanecerem por 7 dias consecutivos dentro da mesma faixa de criticidade. O relaxamento ocorrerá após 14 dias seguidos com recuperação para o nível imediatamente superior.
No ano passado, o INMET já havia registrado um novembro com chuvas 15% abaixo da média e temperaturas 0,7 °C acima do normal na capital. A repetição desse padrão em 2025 reforça o alerta: o calor deve apertar, a chuva será escassa e o consumo consciente de água será essencial para evitar riscos operacionais no abastecimento da Região Metropolitana. Na capital, a tendência de 2025 é de dias longos de sol e calor intercalados por pancadas rápidas. O INMET alerta que, com menos chuva e mais calor, a reposição de umidade no solo e nos reservatórios tende a diminuir.
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