Quem presta serviços públicos tem que zelar pelo dinheiro público também

Servir ao Estado é, acima de tudo, respeitar o que é de todos. ONGS também devem prestar contas do que fazem.

Quem presta serviços públicos tem que zelar pelo dinheiro público também

Quem presta serviços públicos, seja em cargo efetivo, comissionado, terceirizado ou contratado, precisa entender que o dinheiro que movimenta sua função não é do prefeito, do governador ou do presidente. É do povo. É do contribuinte. É do cidadão que acorda cedo, paga impostos e espera, com razão, que o retorno venha em forma de serviços eficientes, honestos e respeitosos.

Muitos ainda confundem o exercício do serviço público com um privilégio pessoal, quando na verdade é uma missão de confiança. A cada documento assinado, cada combustível gasto, cada hora paga, existe um valor público investido. E quando há descuido, desperdício ou omissão, o prejuízo não é abstrato: é coletivo.

Zelar pelo dinheiro público não é apenas evitar o roubo — é impedir o desperdício, combater o superfaturamento, fiscalizar contratos, e garantir que cada centavo cumpra seu propósito social. A corrupção, muitas vezes, começa com pequenos gestos: o uso indevido de um carro oficial, uma diária sem justificativa, uma licitação dirigida, uma viagem desnecessária. O problema é que o “jeitinho” vira regra, e a regra vira cultura.

Quem presta serviço público precisa entender que cada ato administrativo é um reflexo moral. Não existe “dinheiro da prefeitura” ou “recurso do governo”. Existe apenas dinheiro do povo, que deve ser tratado com zelo, como se fosse o próprio sustento de uma família.

O servidor público ou o contratado que age com responsabilidade, ética e compromisso não está apenas cumprindo sua obrigação — está honrando a confiança de uma sociedade inteira. Porque administrar o que é de todos exige mais que competência técnica: exige caráter e consciência.

Em tempos de desconfiança e descrédito nas instituições, é preciso reafirmar um princípio simples e poderoso: quem serve ao público, deve servir com integridade. Cuidar do dinheiro público é cuidar da dignidade de um país inteiro.

Creditos: Professor Raul Rodrigues