Governador alerta sobre polarização de operações no RJ
29/10/2025, 16:33:30Governador critica a ADPF 635 e a postura do Governo Federal
Claudio Castro criticou a ADPF 635, decisão do STF, e a declaração do Governo Federal
O governador Cláudio Castro (PL) afirmou, na manhã desta quarta-feira (29), durante coletiva de imprensa, que aguarda um posicionamento do Governo Federal sobre o apoio ao Rio de Janeiro após a Operação Contenção, realizada ontem nos Complexos da Penha e do Alemão. A ação apreendeu dezenas de fuzis e vitimou 119 pessoas, entre civis, traficantes e policiais. Também participou da coletiva o secretário de Segurança Pública, Victor Cesar dos Santos.
Castro declarou que a segurança pública é "o maior problema do Brasil hoje" e disse que o Rio de Janeiro "sai na frente por entender o seu papel". Ele criticou a postura do Governo Federal e adotou tom duro ao falar sobre a politização do tema.
"O governador do Estado não vai ficar respondendo ninguém que queira transformar isso em um palanque político. Ou soma ou suma. A população quer uma solução para o dia a dia".
A fala foi uma resposta indireta ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que disse não ter recebido pedido formal de ajuda do governo fluminense. Castro rebateu dizendo que não pretende entrar em disputas políticas.
"Não entraremos nessa armadilha de querer polarizar ou politizar os fatos. Não cabe ao governador pedir GLO. O governador tem que pedir ajuda; quem decide qual vai ser a ajuda é o presidente e seus ministros".
Durante a coletiva, o governador também voltou a criticar "decisões judiciais que tornaram o Rio de Janeiro um bunker", em referência à ADPF 635, conhecida como "ADPF das Favelas", decisão do STF que restringiu operações policiais em comunidades durante a pandemia de Covid-19 e continua em vigor.
A ADPF 635 determina que as operações só podem ocorrer em situações excepcionais, que elas sejam comunicadas previamente ao Ministério Público e que ocorram com uso de câmeras corporais. Castro ainda agradeceu o apoio de outros governadores que, segundo ele, elogiaram a ação de segurança no Rio em ligações telefônicas.