Furacão Melissa traz destruição iminente para a Jamaica
28/10/2025, 18:33:07Destruição iminente na Jamaica por conta do furacão Melissa
Segundo a meteorologista, o fenômeno meteorológico deve provocar chuvas superiores a 1.000 mm em alguns pontos.
O furacão Melissa, de categoria 5, atingiu a ilha da Jamaica nesta terça-feira (28), onde deve provocar grande destruição antes de se dirigir a Cuba e depois às Bahamas. As informações são da Metsul Meteorologia.
A meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, alerta que a Jamaica está prestes a enfrentar um dos piores cenários possíveis diante da chegada de Melissa. Segundo ela, o furacão de categoria 5, o nível máximo da escala Saffir-Simpson e do ano até agora, deve atravessar toda a ilha, de Norte a Sul, levando “todo o seu poder destrutivo” sobre um país com aproximadamente 3 milhões de habitantes.
De acordo com a especialista, “a destruição será inimaginável nas áreas próximas e sob a parede central do olho na Jamaica”.
As rajadas de vento, que podem alcançar entre 300 km/h e 350 km/h, são comparáveis às de tornados de categorias F4 e F5. A diferença, segundo a especialista, é a extensão do impacto: enquanto tornados desse porte atingem áreas muito restritas, o furacão deve causar devastações de grande extensão.
Segundo Estael, em parte da Jamaica, alguns locais podem simplesmente desaparecer do mapa e ficar inabitáveis por anos, lembrando que o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) já alerta para risco de “colapso estrutural total” em áreas diretamente atingidas.
Além dos ventos extremos, Melissa deve provocar chuvas superiores a 1.000 mm em alguns pontos, com potencial para inundações devastadoras e grandes deslizamentos em áreas de relevo, capazes de soterrar vilarejos e pequenas cidades inteiras.
A especialista ainda reforça que nas zonas costeiras, o perigo é ainda maior: a maré da tempestade pode avançar sobre a terra com vários metros de altura, em movimento semelhante ao de um tsunami.
“Melissa não é qualquer tempestade. É um furacão que entrará para os livros de história, tal sua intensidade e o comportamento da sua formação com lentíssimo deslocamento sob águas muito mais quentes do que deveria estar no Caribe pelas mudanças no clima. Melissa se junta a um dos mais infames nomes da história dos ciclones tropicais do Atlântico”, afirma Estael Sias à Metsul.
De acordo com a meteorologista, a classificação dos furacões não se baseia apenas na velocidade dos ventos, mas principalmente na pressão central, ou seja, quanto mais baixa, maior o potencial destrutivo. Nesse critério, Melissa se destaca como um dos furacões mais intensos já observados no Atlântico. A pressão central do sistema chegou a 901 milibares, marca que o coloca na sexta posição entre os mais potentes desde que as medições passaram a ser feitas de forma sistemática, em 1979.
O índice coloca o furacão ao lado de alguns dos eventos mais históricos da bacia do Atlântico, como Wilma, em 2005 ( 882 mb), Gilbert, em 1988 ( 888 mb), Milton, em 2024, e Rita, também em 2005 (ambos com 895 mb), além de Allen, em 1980 ( 899 mb).
Para representar a dimensão da ameaça, Melissa já supera a pressão mínima registrada pelo furacão Katrina — que, em 2005, marcou 902 mb — reforçando o cenário de extrema gravidade e potencial de devastação associado ao sistema.