Brasil propõe aumentar em 300% uso de biocombustíveis
28/10/2025, 13:32:24Brasil na COP30 e o aumento do uso de biocombustíveis
Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro em Belém, Pará, o Brasil irá propor que os países aumentem em 300% o uso de biocombustíveis. Essa informação foi confirmada por Mariana Espécie, assessora do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista ao programa Estúdio COP 30, transmitido no Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
"Como o país que está hospedando a COP30, a gente quer fazer essa provocação para os demais países. A nossa experiência nos credencia para falar isso para o mundo e é um compromisso voluntário. Em Belém, o Brasil estará convidando o mundo a quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis", declarou a assessora.
A proposta do Brasil alinha-se com o acordo firmado na COP28, em 2023, em Dubai, que prevê a transição para o fim do uso de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural até 2050.
"O Brasil é referência nessa transição, com mais de 90% da matriz elétrica gerada a partir de fontes renováveis, como hidrelétricas, eólicas e solares. Estamos focando principalmente em biocombustíveis e hidrogênio de baixa emissão como soluções essenciais para reduzir os gases de efeito estufa", enfatizou Mariana.
O uso de biocombustíveis no Brasil completa 50 anos durante a COP30, tendo começado em 14 de novembro de 1975 com o lançamento do programa do etanol, que inspirou inclusive outros países a adotarem esse combustível.
"A trajetória de internalização dos biocombustíveis na nossa matriz energética começou na década de 1970. Isso permitiu uma substituição gradual do uso de petróleo em diversas formas de combustíveis, especialmente no transporte, e em usinas térmicas que utilizam bioenergia para aquecer caldeiras e gerar eletricidade", explicou a assessora.
Recentemente, um aumento do percentual de etanol na gasolina de 27% para 30% e do biodiesel no diesel de 10% para 15% foi mencionado, assim como a Lei do Combustível do Futuro, sancionada no ano passado, que prevê a elevação da mistura de biodiesel no diesel para 20% até 2030. Além disso, esta norma institui programas nacionais de diesel verde e biometano, além de estabelecer um marco regulatório para a captura e estocagem de carbono, com investimentos previstos somando R$ 260 bilhões.
"Estamos avançando rumo a um futuro mais sustentável e renovável no Brasil. Já temos leilões programados para entregar mais energia renovável até 2030, mais linhas de transmissão e mais combustíveis sustentáveis, incluindo biocombustíveis e biogás", disse Mariana.
A participação do setor privado no financiamento de tecnologias voltadas à transição energética também foi destacada. O apoio público, por meio de instituições como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), é essencial nesse processo.
"Normalmente, nossa escolha recai sobre a solução menos custosa, pois isso impacta diretamente o bolso do consumidor. Hoje, essas soluções são competitivas o suficiente para oferecer energia barata para todos os brasileiros", concluiu a assessora, ressaltando as especificidades socioeconômicas do Brasil e a necessidade de considerar o impacto no orçamento das famílias.