Brasil: onde os comuns não valem tanto e os políticos podem tudo
28/10/2025, 08:22:36No Brasil, os septuagenários – os de mais de setenta anos – não podem assinar compromissos quase nenhum, mas os presidentes do país, sempre maiores de setenta anos podem tudo. Lula oitenta anos - Presdsiednte. E os Ex-presidentes septuagenários também.
Há uma ferida aberta na alma nacional: a desigualdade não apenas social, mas moral. No Brasil, o cidadão comum carrega o peso das leis, dos impostos e das consequências, enquanto os políticos — em sua maioria — desfilam sobre a impunidade como se fossem seres acima da Constituição. É o país onde o “pode tudo” virou sinônimo de poder político, e o “não vale nada” é o rótulo imposto ao povo que sustenta o sistema.
O trabalhador brasileiro acorda cedo, enfrenta filas, paga tributos que nem compreende e luta para sobreviver em um Estado que o trata como número. Já o político, cercado por privilégios, assessores, verbas e blindagens, atua em outro universo — um Brasil paralelo, onde as leis têm interpretações convenientes e a moral se adapta ao mandato.
Quando um cidadão comum erra, é punido; quando um político falha, é defendido. Quando o povo reclama, é ignorado; quando um parlamentar se queixa, o sistema se mobiliza. Essa inversão de valores consolidou um abismo entre o Brasil que trabalha e o Brasil que se serve do trabalho alheio.
O pior é que o ciclo se repete porque a indignação popular, embora justa, é curta. O brasileiro se revolta, mas depois se acostuma. E é nesse costume que o poder se alimenta. Enquanto o povo esquece, os políticos se perpetuam — trocam de partido, de discurso e de cor, mas nunca de comportamento.
O Brasil precisa resgatar o sentido da palavra responsabilidade. Nenhum mandato deveria ser licença para a imoralidade, nem o voto, um salvo-conduto para o abuso. O país só mudará quando o cidadão comum valer mais do que o privilégio de um político — quando o poder servir ao povo, e não o povo ao poder.
Hoje, infelizmente, vivemos num território onde o político tudo pode, e o cidadão pouco pode esperar. Mas o dia em que o povo entender que é dono do voto e não escravo do voto, o jogo vira. E quando o jogo virar, o Brasil deixará de ser o país dos privilégios para ser, enfim, a nação da igualdade.