Discursos e manobras que não colam mais
27/10/2025, 17:32:11Introdução
Coronel Paganotto, colunista do iG, com mais de três décadas dedicadas à segurança pública, iniciou sua formação na Escola de Cadetes do Exército e, em seguida, na Academia Militar do Barro Branco. Sua trajetória inclui o comando de patrulhamento tático e territorial nas zonas sul e norte de São Paulo, além de passagens por unidades de elite como a ROTA (5 anos), o Comando de Operações Especiais e uma missão de dois anos infiltrado no sistema prisional. Por 12 anos, liderou o Policiamento Rodoviário no litoral de São Paulo e no sistema Anchieta-Imigrantes. É Doutor em Ciências de Segurança Pública e Bacharel em Direito com especialização em Processo Penal. Em 2025, assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Município de Monte Mor - SP.
O cenário atual da segurança pública
Os fracassos no combate ao crime, por longos anos, de forma covarde, foram depositados apenas na conta das polícias, enquanto a população, carente de informações, acreditava na culpa exclusiva e gradativamente reduzia a confiança nas instituições. A democratização da notícia por meio das redes sociais escancarou diversos corresponsáveis. Dia após dia, as pessoas se dão conta daqueles que fingem e não comungam do propósito ideal.
Imoralidade e irresponsabilidade jurídica
É justo dizer que temos subterfúgios legais aptos para abraçar, proteger e livrar os criminosos de qualquer risco de prisão. Entretanto, há também recursos possíveis para anular a impunidade. Quando a soberba jurídica enfeitada pelo traje e título decide pela manutenção do criminoso no convívio social, o discurso de normas processuais não cola mais para aqueles que conhecem os institutos da prisão temporária e preventiva.
Decisões prejudiciais à sociedade
Os alvarás de soltura concedidos a criminosos de alto poder destrutivo não se sustentam mais, nem ao raso conhecimento jurídico da população. Já chegamos ao absurdo de uma defensora pública dizer que o policial deve esperar ser alvejado para efetuar disparo. Colocamos em liberdade traficantes presos com grandes quantidades de drogas ao constatar qualquer vício na produção da diligência. A produtividade daqueles que se arriscam diariamente para garantir o bem comum nunca foi tão intensa. Em sentido contrário, medidas que favorecem o ambiente criminoso testam a nação incessantemente.
Reflexão final
Deveríamos construir um monumento no centro das capitais brasileiras para conferir notoriedade às pessoas que, exercendo função pública, fossem responsáveis por decisões que gerassem prejuízo ao povo. Talvez, um "Muro da Imoralidade" reduzisse a ausência de vergonha na cara. Algumas péssimas decisões, travestidas de ordenamento jurídico, escondem opções justas e legais deixadas de lado propositadamente. Por fim, a verdade fica cada vez mais difícil de ser manipulada e a conta para os nocivos há de chegar!