Manuela D'Ávila e a Defesa da Linguagem Neutra

Manuela D'Ávila e a Defesa da Linguagem Neutra

O Debate Atraente Sobre Linguagem Neutra


A ex-deputada federal e jornalista Manuela d’Ávila (PCdoB) defendeu o uso da linguagem neutra durante um debate com a educadora Cíntia Chagas, que classificou a prática como uma \"aberração linguística\". Manuela rebateu, afirmando que o erro é pensar que o português ainda é \"a língua de Camões\" e, por isso, impossível de se adaptar ao tempo.

Posicionamentos Divergentes


A discussão entre as duas ocorreu em um debate transmitido pela GloboNews. Em seu argumento, Cíntia disse que a linguagem neutra \"exclui surdos, disléxicos e autistas\", e que não seria justo modificar o idioma para contemplar \"uma população que não corresponde nem a 1,5% da sociedade\".
\"O dialeto não binário deveria ser apenas um dialeto. É uma pseudoinclusão. Exclui surdos, disléxicos, autistas... Abarca uma população que não corresponde nem a 1,5% da sociedade, e não me parece justo que façamos modificações na língua portuguesa por causa desse grupo\", disse.

A Resposta de Manuela


Em resposta, Manuela criticou a visão de que o idioma seja fixo e destacou que a língua portuguesa passou por transformações históricas para se tornar o que é hoje.
\"Até outro dia, não existia a expressão juíza de direito. Para mim, não é só sobre a linguagem neutra. O teu erro, para mim, é achar, primeiro, que a língua é a de Camões. De Camões para cá, diversas pessoas fizeram da língua portuguesa a língua que nós utilizamos hoje\", disparou.
\"E o 1,5% de pessoas, que são as que mais morrem no nosso país, que têm uma expectativa de vida de 32 anos, na minha opinião, merece ser ouvido\", concluiu.

O Que É Linguagem Neutra?


A linguagem neutra busca eliminar marcas de gênero em palavras e expressões, para tornar a comunicação mais inclusiva para pessoas não binárias ou em contextos em que o gênero é desconhecido.
Entre as formas mais comuns estão o uso da vogal \"e\" no lugar de \"o\" e \"a\" (como em \"todes\") e pronomes como \"elu\". Símbolos como “@” e “x” também são usados em alguns casos.