Moraes vota pela condenação de réus no núcleo golpista
22/10/2025, 18:35:06Contexto do Julgamento
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (21) pela condenação dos sete réus que compõem o núcleo de desinformação da trama golpista que buscou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.
A Decisão de Moraes
Relator do caso, Moraes levou pouco mais de duas horas e meia para ler seu voto, no qual enfatizou repetidamente que "ter ficado fartamente comprovada" a existência de uma organização criminosa. Ele destacou as ações do grupo, que praticou crimes com o objetivo de romper com o Estado Democrático de Direito.
Análise das Provas
Durante sua explanação, Moraes individualizou os réus do Núcleo 4, detalhando quais atos ilegais cada um praticou e as provas que justificaram as condenações. Mensagens escritas e em áudio, além de prints de redes sociais, foram utilizados para evidenciar a coordenação dos atos e a disseminação de ataques ao processo eleitoral e às instituições.
Testemunho Crucial
As condenações também se basearam no testemunho do tenente-coronel Mauro Cid, um réu colaborador que forneceu à Polícia Federal informações detalhadas sobre a participação de cada envolvido na trama golpista. Moraes afirmou: "Não há nenhuma dúvida, as provas são fartas".
Provas Apresentadas
O ministro citou ainda uma minuta de decreto golpista mencionada em conversas entre os integrantes do núcleo. Ele detalhou como diversos núcleos da trama atuaram de forma coordenada, apresentando um planejamento para o golpe, chamado "Punhal Verde Amarelo", e mencionando atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
Atos Antidemocráticos
Moraes ressaltou que muitos atos praticados pelos réus tinham como objetivo deslegitimar a Justiça Eleitoral e gerar caos social. Ele destacou que estas ações buscavam "tomar a República de assalto".
Voto pela Absolvição
Em relação a um dos réus, Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, o relator optou pela absolvição de alguns crimes, citando uma "dúvida razoável" sobre a participação dele no golpe de Estado.
A Denúncia
Os integrantes do Núcleo 4 foram acusados de criar uma espécie de Abin paralela para monitorar adversários e produzir informações falsas. Além disso, foram acusados de campanhas de difamação contra autoridades militares e de questionar a legitimidade das urnas eletrônicas.
Réus Envolvidos no Caso
Os réus do Núcleo 4 incluem figuras de destaque no Exército e na Polícia Federal, e todos enfrentam acusações sérias como organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, entre outros crimes.
Defesa dos Réus
As defesas sustentaram que a PGR não conseguiu individualizar as condutas de cada réu e que as provas apresentadas eram insuficientes, baseando-se apenas em indícios.
Próximos Passos e Julgamentos Futuros
O julgamento do Núcleo 4 teve início há uma semana, com os ministros do STF começando a votar. O grupo foi dividido em vários núcleos de acordo com seus papéis na organização criminosa, e novos julgamentos estão agendados para os núcleos 2 e 3 ainda este ano.