Como Maduro Se Fortaleceu Contra a Ameaça Militar

Como Maduro Se Fortaleceu Contra a Ameaça Militar

Maduro e Seu Poder Militar na Venezuela

Nicolás Maduro permanece como uma figura poderosa na Venezuela, resistindo a pressões tanto internas quanto externas e substancialmente respaldado por um sólido apoio militar. Em meio à crescente presença militar dos Estados Unidos no Caribe, o presidente venezuelano implementou múltiplas estratégias para garantir a lealdade dos membros das Forças Armadas, inclusive com o auxílio de oficiais de inteligência de Cuba e Venezuela.

A repressão de qualquer dissensão dentro das tropas é marcada por prisões e recompensas, reforçando sua influência enquanto a oposição perde força. A alta cúpula militar, que se beneficiou economicamente e está ligada ao regime, demonstra total fidelidade ao presidente. Apesar da ameaça contínua de intervenção norte-americana, Maduro parece inabalável.

As Técnicas de Controle de Maduro

Por anos, muitos opositores depositaram suas esperanças nos militares como uma força capaz de derrubar o governo de Maduro. Entretanto, mesmo com o aumento do contingente militar dos EUA na região, o líder venezuelano se mostrou praticamente imune a golpes. Em seus 12 anos de governo, desenvolveu técnicas de controle, que vão desde a opressão e prisões de opositores até subornos e constantes ameaças de violência.

Com a ajuda de agentes de inteligência cubanos e espiões locais, Maduro tem se antecipado a possíveis rebeliões, identificando conspirações dentro das Forças Armadas. Os militares acusados de traírem o regime são prontamente presos ou enviados ao exílio, enquanto aqueles que relatam atividades de dissidentes são recompensados com salários, veículos e até imóveis. O domínio do regime é tão extremo que os militares são lembrados de que a traição pode levar à tortura ou à morte, não só para eles, mas também para suas famílias. De acordo com o Fórum Penal, há atualmente 845 presos políticos no país, sendo 173 ex-militares.

O Medo dentro das Forças Armadas

"Hoje, há um terror incalculável no Exército. Esse medo está tão profundamente enraizado neles que os oficiais das Forças Armadas não ousam nem pensar em se rebelar", contou Carlos Guillén, ex-soldado que foi preso por conspirar contra o regime e hoje vive no exílio.

Guillén ressalta que Maduro tomou medidas drásticas para eliminar qualquer tipo de oposição entre os militares. Em um cenário onde a Agência Central de Inteligência dos EUA atua com operações secretas na Venezuela, questionamentos sobre um possível golpe têm surgido. Ao ser indagado sobre planos para derrubar Maduro, o ex-presidente Donald Trump se esquivou, enquanto Maduro condenou as ameaças e clamou por estabilidade na região. A história das intervenções da CIA em rotinas de golpes de Estado, tanto na Guatemala como no Chile, torna o contexto ainda mais delicado.

Tentativas de Revolta e Lealdade das Forças Armadas

Em 2019, houve tentativas de incitar uma revolta militar, mas a lealdade dos altos oficiais do Exército a Maduro frustrou os planos. Em sua gestão, Maduro teria fraudado duas eleições presidenciais, e apesar do colapso econômico que forçou milhões a deixar o país, sua posição de poder se firmou, com líderes opositores em exílio e a população temendo protestos.

A esperança de uma revolta militar é minada pela leal rede de aliados que Maduro estabeleceu, diretamente ligada ao seu regime. A promoção acelerada de oficiais com base na lealdade, em detrimento da competência, resultou em um fortalecimento do seu controle. Dados indicam que essas figuras estão envolvidas em cartéis de drogas e gerenciam empresas estatais, consolidando ainda mais a corrupção intrínseca ao governo.

Durante o governo Trump, houve um esforço para estimular uma revolta, mas a falta de apoio dos principais oficiais do Exército resultou em mais uma tentativa frustrada. Os processos pelos quais muitos desses altos oficiais e Maduro foram indiciados ou sancionados resultaram apenas em um fortalecimento da defesa, já que seus destinos estão atrelados ao regime. Assim, a possibilidade de um colapso do governo significaria a queda de todos os beneficiários desse sistema corrupto.