As Características Fundamentais do Fascismo
21/10/2025, 20:03:12A ideologia que transforma o autoritarismo em culto à força e à submissão coletiva.
O fascismo não é apenas uma ideologia política; é uma mentalidade social que se manifesta quando o poder se sobrepõe à razão e o medo substitui o diálogo. Surgido no início do século XX, principalmente na Itália de Benito Mussolini e na Alemanha de Adolf Hitler, o fascismo reúne um conjunto de características que o tornam um dos regimes mais autoritários e destrutivos da história moderna.
Entre suas principais características, destacam-se o nacionalismo extremo, o autoritarismo, a rejeição à democracia liberal, a manipulação das massas e a glorificação da violência. Cada uma dessas peças forma o corpo de um sistema que se sustenta pelo controle total do Estado sobre a vida política, econômica e moral da sociedade.
O nacionalismo exacerbado é o combustível ideológico do fascismo. Ele transforma o amor à pátria em fanatismo, alimentando a crença de que a nação é superior às demais e deve ser defendida a qualquer custo — mesmo à custa da liberdade e da vida. Nesse contexto, o “outro” (o estrangeiro, o diferente, o opositor) torna-se o inimigo interno a ser eliminado.
O autoritarismo é sua espinha dorsal. No fascismo, o líder é visto como a encarnação da nação — uma figura quase messiânica, infalível, que concentra todos os poderes e decisões. O cidadão, por sua vez, é reduzido à obediência, e o Estado passa a controlar não apenas as instituições, mas também as consciências.
A rejeição à democracia e ao pluralismo se manifesta na perseguição a partidos, sindicatos e à liberdade de imprensa. A divergência é tratada como traição, e o pensamento único é imposto pela censura e pela propaganda. Nesse ambiente, a verdade deixa de ser um valor objetivo e passa a ser o que o regime decide que deve ser dito.
A manipulação das massas é outro traço essencial. O fascismo utiliza-se de uma estética emocional — desfiles, símbolos, discursos inflamados — para mobilizar sentimentos de pertencimento e medo. A razão é substituída pelo mito, e a emoção torna-se a ferramenta de controle social.
Por fim, há a glorificação da violência. O fascismo vê na força um instrumento de purificação e de poder. O inimigo precisa ser combatido, a oposição deve ser silenciada, e a guerra é exaltada como um meio legítimo de afirmação nacional.
Em síntese, o fascismo é a negação da liberdade em nome da ordem, da diversidade em nome da unidade e da razão em nome da obediência. Ele sobrevive onde há ressentimento, desigualdade e ausência de consciência crítica — e renasce, sempre que a sociedade esquece o preço pago pela ilusão de segurança absoluta.
Mais do que uma lição histórica, compreender as características fundamentais do fascismo é um alerta permanente: regimes autoritários não começam com tanques nas ruas, mas com a aceitação silenciosa da intolerância e do culto à força.