Bolívia Realiza Eleição Histórica para Novo Presidente
21/10/2025, 06:34:37Bolívia Decide Futuro Presidencial em Eleição Histórica
Os bolivianos se dirigem às urnas neste domingo para um segundo turno que promete redefinir os rumos de sua política após 20 anos de governos de esquerda. Com a ascensão de candidatos de direita, a eleição se torna um marco crucial em um cenário de crise econômica aguda.
Dentre os candidatos, Jorge Tuto Quiroga, ex-presidente e representante da direita, surge como favorito, liderando as intenções de voto com 44,9%. Em contrapartida, Rodrigo Paz, do partido de centro-direita PDC, que surpreendeu no primeiro turno, aparece com 36,5%, segundo pesquisa da Ipsos-Ciesmori.
A crise econômica que afeta a Bolívia se agrava com a falta de dólares e combustíveis, além de uma inflação que já ultrapassa os 23%. Para muitos cidadãos, a insatisfação com o governo atual, liderado por Luis Arce, do partido Movimento ao Socialismo (MAS), tem sido palpável. Longas filas em postos de gasolina e escassez de alimentos garantem um clima de desilusão. "A maioria das pessoas vive do dia a dia. Aqui não vai dar em nada bom", expressou Pamela Roque, uma instrumentadora cirúrgica de 29 anos que cogita emigrar em busca de oportunidades melhores.
A situação econômica crítica aumentou as expectativas sobre as promessas eleitorais dos candidatos. Quiroga propõe uma injeção de US$ 12 bilhões na economia por meio de empréstimos de organismos multilaterais, prometendo que os dólares retornarão ao sistema financeiro. Ele assegura que essa medida é essencial para reverter a atual situação financeira. Por outro lado, Paz sugere priorizar a reestruturação do orçamento estatal antes de buscar crédito externo, destacando que a dívida externa da Bolívia já equivale a cerca de 30% do PIB.
Ambos os candidatos concordam em manter subsídios apenas para transporte público e setores vulneráveis, além de preservar programas sociais, embora suas propostas tenham sido suavizadas para evitar um choque econômico drástico.
O cenário político também é influenciado pela sombra de Evo Morales, ex-presidente que governou de forma prolongada e agora enfrenta desafios legais que o excluem da corrida eleitoral. Sua intermediação poderá impactar a representação de segmentos da população, principalmente indígenas, que se sentem desprovidos de representação.
A eleição deste domingo representa não apenas uma mudança de poder, mas pode sinalizar uma transformação radical nas políticas econômicas e sociais da Bolívia. Com 7,9 milhões de eleitores, o país aguarda ansiosamente o resultado que será apurado a partir das 9h até às 17h, pelo horário de Brasília, e que culminará na posse do novo presidente em 8 de novembro.