Alagoas paga mais do que o dobro por fuzis novos

Alagoas paga mais do que o dobro por fuzis novos

Reportagem da GloboNews exibida na sexta-feira (17) aponta que o estado aceitou pagar R$ 10.800 por cada armamento, um valor muito acima do preço de mercado.

O Governo de Alagoas está no centro de uma polêmica por causa da compra de 1.590 fuzis para as Polícias Civil e Militar.

A reportagem exibida na sexta-feira (17) pela GloboNews aponta que o estado aceitou pagar R$ 10.800 por cada fuzil, um valor muito acima do preço de mercado.

Há dois meses, o Ministério da Justiça fez um pregão internacional onde o preço dos mesmos fuzis ficou em cerca de R$ 5.300. Ou seja, Alagoas vai pagar mais que o dobro do preço federal.

A vencedora do processo em Alagoas foi a fabricante austríaca Glock, famosa por pistolas, mas que tem um modelo de fuzil novo no mercado. Especialistas questionam a escolha em detrimento de fabricantes mais tradicionais e testados.

Governo de Alagoas vai comprar fuzis 100% mais caros que o governo federal

O Governo de Alagoas está no centro de uma polêmica por causa da compra de 1.590 fuzis para as Polícias Civil e Militar. A reportagem exibida na sexta-feira (17) pela GloboNews aponta que o estado aceitou pagar R$ 10.800 por cada fuzil, um valor muito acima do preço de mercado.

Há dois meses, o Ministério da Justiça fez um pregão internacional onde o preço dos mesmos fuzis ficou em cerca de R$ 5.300. Ou seja, Alagoas vai pagar mais que o dobro do preço federal.

O que aumenta a dúvida

Mudança de pedido: Alagoas participou da licitação federal, mas pediu apenas 200 fuzis. Licitação própria: Dois meses depois, o governo estadual abriu uma licitação própria para comprar 1.800 fuzis (nove vezes mais) por um valor muito mais alto.

A vencedora do processo em Alagoas foi a fabricante austríaca Glock, famosa por pistolas, mas que tem um modelo de fuzil novo no mercado. Especialistas questionam a escolha em detrimento de fabricantes mais tradicionais e testados.

Durante o processo em Alagoas, segundo a reportagem da GloboNews, outras empresas concorrentes questionaram o edital. Elas alegaram que as regras pareciam ter sido feitas para beneficiar um modelo de fuzil específico, já que as exigências eram muito incomuns, como:

  • Exigência de desmontagem manual (sem ferramentas) de peças do fuzil.
  • Pedidos de cotação (pesquisa de preço) foram enviados para lojistas de caça e pesca e até para uma loja de airsoft (arma de pressão), em vez de serem direcionados diretamente a grandes fabricantes de armas.

E agora?

O Ministério Público de Alagoas informou que não recebeu denúncias, mas que vai aguardar a publicação do contrato no Diário Oficial para solicitar explicações e informações ao Governo do Estado sobre a compra.

O que diz a SSP/AL

Em relação aos questionamentos sobre o processo licitatório em curso para aquisição de novos equipamentos e armamentos, a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas esclareceu:

Que todo o procedimento está sendo conduzido com absoluta transparência, rigor técnico e respeito às normas legais. A prioridade do Governo de Alagoas é a aquisição de equipamentos com a melhor qualidade, segurança e custo-benefício.

O edital prevê critérios objetivos e essenciais de avaliação dos armamentos, focados na qualidade, segurança e praticidade para os agentes de segurança pública.

Apesar da intenção inicial manifestada pelas Polícias Militar e Civil de adesão à Ata de Registro de Preços do Governo Federal (SENASP) para 220 fuzis, a Secretaria optou por não aderir.

A SSP/AL decidiu conduzir seu próprio processo licitatório para considerar os critérios técnicos específicos de avaliação dos equipamentos e insumos.

E que a mesma empresa que ofertou o fuzil calibre 5.56 por cerca de R$ 5 mil na ata do SENASP, ofertou o mesmo armamento por um valor superior a R$ 15.000 no processo de Alagoas.

A SSP informou em outro trecho do comunicado:

Que a empresa inicialmente vencedora foi desclassificada por não apresentar a documentação exigida. Em cumprimento à regra, a segunda colocada, uma empresa austríaca (Glock), foi convocada para apresentar as amostras e submetê-las aos testes.

Os armamentos devem passar por uma bateria de testes técnicos e operacionais rigorosos. Se os equipamentos não atenderem aos padrões exigidos, o processo será reavaliado e poderá ser estendido a outras empresas.

A SSP/AL reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e o princípio da economicidade na aquisição de equipamentos essenciais para a excelência na segurança pública de Alagoas.