Venezuela aumenta presença militar nas fronteiras com Brasil e Colômbia
20/10/2025, 17:35:24Aumento da Mobilização Militar
A Venezuela reforçou sua presença militar em estados fronteiriços, nesta quinta-feira (16), em meio a exercícios realizados em resposta à mobilização das forças dos Estados Unidos no Mar do Caribe. O governo do presidente Donald Trump mantém uma operação "antidrogas" com sete navios de guerra nas proximidades da costa venezuelana, desde agosto. Acusando o governo de Nicolás Maduro de ter ligações com o narcotráfico, Trump anunciou na quarta-feira (15) que autorizou a CIA a realizar operações contra a Venezuela. Em resposta, Maduro ordenou exercícios militares com milhares de soldados em diferentes regiões do país.
Mobilização nas Fronteiras
Autoridades locais nos estados de Táchira, na fronteira com a Colômbia, e Amazonas anunciaram na quinta-feira o envio de tropas com patrulhas e procedimentos de controle nas passagens de fronteira com o vizinho colombiano. Em Táchira, onde estão localizadas as três principais pontes que ligam a Venezuela à Colômbia, forças foram mobilizadas ao redor da Ponte Internacional Simón Bolívar, que liga as cidades colombianas de Cúcuta e Villa del Rosario à cidade venezuelana de San Antonio. O comandante da Zona Operacional de Defesa Integrada (Zodi) em Táchira, general Michell Valladares, afirmou que 17 mil soldados foram mobilizados.
Proteção dos Recursos
No estado do Amazonas, que faz fronteira com o Brasil ao sul, forças foram distribuídas por toda a região para proteger "negócios estratégicos" e "serviços básicos". As fronteiras com a Venezuela devem ser um dos pontos iniciais de turbulência, se houver intervenção militar dos Estados Unidos no território venezuelano, segundo especialistas ouvidos pelo Portal iG, prevendo a volta do fluxo grande de imigrantes.
Reforço Militar e Reações
Essas ações de reforço nas fronteiras visam "elevar o nível de prontidão operacional" das forças e garantir a integração do "povo com as armas", disse o chefe da Zodi no Amazonas, general Lionel Sojo. A Venezuela também mobilizou forças em regiões costeiras, como Nueva Esparta, Sucre e Delta Amacuro, próximas a Trinidad e Tobago. Desde o início da operação americana, os EUA atacaram pelo menos cinco embarcações de supostos "narcoterroristas", com 27 mortos, segundo dados divulgados pela imprensa local.
Solicitação ao Conselho de Segurança da ONU
A Venezuela recorreu ao Conselho de Segurança da ONU pedindo que o órgão declare ilegais os ataques americanos no Mar do Caribe e reafirme o respeito à soberania e à integridade territorial do país. Na carta enviada aos 15 membros do Conselho, o embaixador venezuelano Samuel Moncada acusa os Estados Unidos de matarem ao menos 27 pessoas em águas internacionais e solicita uma investigação independente sobre o caso. Em Caracas, Maduro voltou a acusar a CIA de estar "autorizada a conduzir operações contra a paz da Venezuela.