Míssil Tomahawk é estratégia da Ucrânia contra a Rússia
20/10/2025, 17:37:03O Papel dos Mísseis Tomahawk na Guerra da Ucrânia
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky destacou os mísseis de cruzeiro Tomahawk como uma "sanção de longo alcance" na guerra contra a Rússia. Desde o início do conflito, este armamento se tornou a principal estratégia militar da Ucrânia. Zelensky acredita que a aquisição desses mísseis é crucial para mudar o equilíbrio das forças e aumentar a pressão sobre Moscou.
Alcance e Precisão dos Mísseis
Os mísseis Tomahawk têm um alcance impressionante, podendo atingir até 1.600 quilômetros e em algumas variantes, até 2.500 quilômetros. Este alcance é consideravelmente superior ao dos mísseis Storm Shadow, que têm um alcance de apenas 250 km, e ATACMS, que alcançam 300 km. Com essa capacidade, os Tomahawk poderiam atingir praticamente qualquer ponto do território russo, incluindo bases militares e centros logísticos, representando uma ameaça significativa.
Objetivos Estratégicos de Zelensky
O presidente ucraniano indicou que o objetivo principal é enfraquecer a infraestrutura de apoio ao esforço de guerra russo e criar condições favoráveis para negociações de paz em uma posição de força. Os mísseis Tomahawk voam a baixa altitude, o que diminui as chances de detecção por radares e tornam mais difícil a sua interceptação por sistemas antiaéreos russos, como o S-400. Além disso, com uma velocidade de cerca de 885 km/h, eles permitem ataques surpresa e aumentam a taxa de sucesso em missões de longo alcance. Sua precisão é outra característica vital, permitindo que os mísseis atinjam alvos específicos, como depósitos de munições e aeródromos, minimizando danos colaterais.
Flexibilidade e Custo
Outra vantagem dos Tomahawk é a sua versatilidade, pois podem ser lançados de várias plataformas. Originalmente projetados para navios e submarinos, agora podem ser adaptados para lançamentos terrestres através de sistemas móveis, como o Typhon, que se adequa melhor à realidade ucraniana. O custo de cada unidade é estimado em US$ 2,5 milhões, e especialistas afirmam que uma quantidade significativa seria necessária para impactar estrategicamente o conflito. Apesar disso, Zelensky acredita que o investimento justifica-se pela capacidade de mudar a dinâmica da guerra, permitindo à Ucrânia alcançar objetivos antes considerados inalcançáveis.
Reunião com Donald Trump
Em uma reunião recente na Casa Branca, Zelensky apresentou os mísseis Tomahawk como uma "arma concreta" para forçar Vladimir Putin a negociar. O presidente ucraniano sugeriu uma troca de tecnologia militar — drones ucranianos em troca de mísseis norte-americanos — e mencionou o uso de ativos russos congelados ou recursos europeus para financiar essa aquisição. Embora Trump tenha evitado um compromisso direto, ele reconheceu que os Estados Unidos possuem "muitos Tomahawks" e preferem "acabar com a guerra sem usá-los". Trump ressaltou que a mera possibilidade de envio dos mísseis já teria pressionado Putin a concordar em participar de uma cúpula em Budapeste, após uma conversa entre os dois.
Desafios e Dinâmica do Conflito
A reunião foi a sexta entre Zelensky e Trump desde janeiro e abordou não apenas a aquisição dos mísseis, mas também questões relacionadas à defesa aérea, fornecimento de energia e garantias de segurança para o inverno. O encontro acontece em um cenário diplomático delicado: Moscou advertiu que o envio dos Tomahawk significaria uma "escalada qualitativamente nova" no conflito, enquanto aliados europeus continuam a reforçar o apoio logístico e financeiro à Ucrânia.