La Niña e o Início do Fenômeno Segundo a NOAA

La Niña e o Início do Fenômeno Segundo a NOAA

La Niña e seu Impacto Global


A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) anunciou, na última quinta-feira (9), que as condições de La Niña estão oficialmente presentes no Oceano Pacífico. Confira: "La Niña" pode chegar em outubro: entenda os efeitos no Brasil. Até o anúncio deste ano, a última vez que o fenômeno esteve "ativo" foi em 2022. Para 2025, a previsão do ENOS (El Niño - Oscilação Sul) realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), indica a permanência do fenômeno até fevereiro de 2026.

O que é a La Niña?


La Niña é marcada pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial, alterando o padrão de ventos e chuvas em várias partes do mundo. O comunicado da NOAA afirma que esse fenômeno se estabeleceu em setembro devido à expansão de áreas com temperatura da superfície do mar abaixo da média na faixa central e oriental do Pacífico Equatorial. Esse fenômeno tende a causar chuvas mais intensas no Norte e Nordeste do Brasil.

Critérios para a Definição da La Niña


O anúncio gerou estranhamento na comunidade meteorológica internacional, conta a MetSul. Historicamente, a NOAA só declara o início de La Niña quando há várias semanas consecutivas com anomalias de temperatura iguais ou inferiores a -0,5°C na região conhecida como Niño 3.4, um indicador de referência para o fenômeno. Nas últimas medições, os dados não mostravam um quadro típico: apenas três semanas apresentaram -0,5°C, valor-limite entre neutralidade e La Niña, e a média recente ainda estava dentro da faixa neutra.

Dúvidas e Novas Metodologias


A discrepância levantou dúvidas sobre os critérios utilizados pela NOAA. Uma possível explicação é o uso do Índice Relativo ENSO, métrica mais recente que ajusta os valores de temperatura do mar levando em conta o aquecimento global. Esse índice pode apontar uma intensidade maior do fenômeno em relação ao Índice Oceânico de Niño (ONI), o parâmetro oficial que a agência sempre utilizou.

Caso a hipótese se confirme, a NOAA pode ter reconhecido a La Niña com base em uma metodologia ainda não oficialmente adotada nos seus boletins operacionais, o que explicaria a divergência. Pelos critérios tradicionais, as condições atuais ainda seriam de neutralidade, mas a agência norte-americana pode estar antecipando uma atualização na forma de medir os fenômenos climáticos do Pacífico, analisa a MetSul.