Entre pagar impostos e assistir à corrupção dos políticos, devemos escolher melhor quem nos representa
12/10/2025, 08:42:32O cidadão que paga a conta precisa compreender que o voto é o maior imposto e também o maior poder de mudança.
Entre pagar impostos e assistir passivamente à corrupção dos políticos, o brasileiro se vê preso em um ciclo de indignação e resignação. Trabalhamos duro, vemos boa parte do que produzimos ser recolhido pelo Estado, e, em troca, o que recebemos? Estradas esburacadas, hospitais sem estrutura, escolas precárias e escândalos que se repetem com nomes diferentes, mas com o mesmo roteiro de sempre: dinheiro público desviado, promessas quebradas e impunidade garantida.
Mas há um ponto que muitos esquecem — quem coloca esses corruptos lá somos nós. O voto, muitas vezes tratado como um favor a um amigo, um compromisso de gratidão ou até uma oportunidade de troca momentânea, é, na verdade, a raiz do problema ou a semente da solução.
Não adianta reclamar dos impostos se continuamos elegendo quem não sabe administrá-los. É incoerente indignar-se com a corrupção e, ao mesmo tempo, apoiar candidatos por conveniência, parentesco ou emoção. A política, infelizmente, reflete o que o eleitor tolera. E enquanto o povo for emocional na escolha e racional apenas na reclamação, os maus políticos continuarão reinando sobre a boa-fé dos contribuintes.
O dinheiro que falta na saúde, na segurança e na educação não desaparece — ele muda de bolso. E esse desvio é consequência direta da má escolha nas urnas. Cada voto mal dado é um cheque em branco para o desrespeito com o cidadão.
Por isso, mais do que nunca, é preciso inverter a lógica. O eleitor precisa cobrar, fiscalizar e, sobretudo, votar com consciência. Escolher quem tem história limpa, quem tem proposta, quem entende que política é servir e não se servir.
Entre pagar impostos e assistir à corrupção, a verdadeira escolha está antes disso — na urna. Porque, se continuarmos elegendo mal, pagaremos caro duas vezes: com o bolso e com a esperança.