Deputados estaduais de Alagoas desejam disputa acirrada para o governo visando maior partilha

Quanto mais equilibrada a eleição, maior o poder de barganha da Assembleia Legislativa nas futuras composições políticas

Deputados estaduais de Alagoas desejam disputa acirrada para o governo visando maior partilha

Em Alagoas, o jogo político para 2026 já começou a se desenhar nos bastidores da Assembleia Legislativa. E o desejo silencioso — mas amplamente percebido — de boa parte dos deputados estaduais é que a disputa pelo governo do Estado seja acirrada. A razão é simples: quanto mais dividida a eleição, maior o poder de fogo de quem detém mandato e representa votos organizados.

Os parlamentares sabem que, em cenários polarizados e indefinidos, cada apoio se transforma em moeda de alto valor. A “partilha”, como se costuma dizer nos corredores do poder, não é apenas de cargos, mas de influência, de espaço político e de prioridade nas emendas e indicações. Um governo eleito por margem estreita tende a governar com o ouvido mais próximo da Assembleia, o que naturalmente amplia o raio de poder dos deputados.

Enquanto o governador Paulo Dantas articula sua tentativa de reeleição indireta — seja por si ou por um nome de confiança —, a oposição busca construir um projeto competitivo. E é justamente nessa expectativa de “jogo duro” que muitos parlamentares enxergam oportunidade. Deputados que hoje compõem a base podem flertar com a neutralidade, e até com o adversário, dependendo de quem oferecer melhores garantias de sobrevivência política.

Historicamente, a Assembleia de Alagoas tem se adaptado aos ventos eleitorais. Foi assim nas transições entre Téo Vilela, Renan Filho e agora Paulo Dantas. Mas o momento atual é ainda mais estratégico: a nova geração de deputados, menos ideológica e mais pragmática, entende que o equilíbrio de forças é o que garante espaço real no tabuleiro.

Em resumo, quanto mais acirrada for a corrida pelo governo, mais relevante se torna o papel dos 27 parlamentares estaduais. E, nos bastidores, essa “torcida pelo equilíbrio” nada tem de inocente — é cálculo puro. A política alagoana, afinal, continua sendo um tabuleiro onde o poder se negocia voto a voto, e onde cada disputa apertada transforma deputados em peças-chave de um jogo sem vencedores absolutos.

Creditos: Professor Raul Rodrigues