Marx, Alfredo e Fábio votam contra a taxação dos ricos, bancos e Bets. Qual o segredo?
09/10/2025, 19:32:20Qual a portabilidade para Alfredo Gaspar, Marx Beltrão e Fábio Costa votarem contra a taxação dos bilionários, bancos e das Bets?
O Brasil atravessa um momento em que o debate sobre justiça tributária volta a ser central. No Congresso Nacional, discute-se a taxação de setores que até hoje se mantêm em posição privilegiada: os bilionários, os bancos e as chamadas bets, as casas de apostas digitais que movimentam bilhões sem a devida contrapartida ao país. A expectativa da sociedade é simples: quem ganha mais deve contribuir mais.
Nesse cenário, surgem as indagações políticas sobre a postura de deputados como Alfredo Gaspar (União Brasil), Marx Beltrão (PP) e Fábio Costa (PP). Todos representam Alagoas, todos sabem das carências históricas do estado, mas paira a dúvida: qual será a portabilidade — ou seja, a quem se alinharão e a quem servirão — quando a votação bater à porta?
A primeira leitura é pragmática. Alfredo Gaspar, ex-procurador-geral de Justiça e atual deputado, costuma vestir o discurso da moralidade. Sua coerência será testada: votar a favor da manutenção de privilégios de bilionários e bancos, enquanto falta recurso para saúde, educação e segurança, é no mínimo contraditório.
Marx Beltrão, por sua vez, carrega uma trajetória marcada por laços familiares e eleitorais em Coruripe e região. Seu voto costuma refletir mais o xadrez das alianças políticas do que convicções ideológicas. É aqui que se mede o quanto ele se vê comprometido com o eleitorado comum ou com as elites econômicas que buscam travar mudanças no sistema tributário.
Já Fábio Costa tem construído sua imagem de deputado próximo das causas sociais. Se mantiver coerência, dificilmente justificará um voto que favoreça banqueiros e magnatas em detrimento da população trabalhadora. Mas a pressão das bancadas e os acordos de Brasília podem pesar.
A portabilidade, portanto, é menos sobre “mudança de partido” e mais sobre a quem pertencem as convicções e a quem se prestam os serviços parlamentares. Serão porta-vozes de um sistema que protege o topo da pirâmide ou defensores da ideia de que o Brasil precisa equilibrar a balança tributária?
O povo alagoano e brasileiro não precisa de discursos bonitos, mas de coerência no voto. A próxima votação mostrará se Gaspar, Beltrão e Costa carregam de fato compromisso com a justiça fiscal ou se preferem permanecer como representantes da velha lógica: socializar o prejuízo e privatizar os lucros.