Presidente do Equador escapa de ataque em Cañar
08/10/2025, 07:31:40Tentativa de assassinato contra o presidente
O presidente do Equador, Daniel Noboa, saiu ileso após um ataque contra sua comitiva nesta terça-feira (07), em Cañar, no sul do país. O episódio aconteceu quando Noboa seguia para participar de um evento público em meio a protestos indígenas que ocorrem desde setembro contra o fim do subsídio ao diesel.
Reação do governo
Em comunicado, a presidência do país afirmou que, "apesar do ataque de um grupo à caravana presidencial em Cañar, os desestabilizadores não conseguiram deter o Governo Nacional". Segundo a nota, os agressores "obedeceram ordens de radicalização" e "tentaram impedir, pela força, a entrega de obras destinadas a melhorar a vida da comunidade". O texto também informou que todos os detidos serão processados por terrorismo e tentativa de assassinato. Cinco pessoas foram presas e seguem sob custódia.
O evento e os danos
Segundo o governo equatoriano, o presidente viajava para anunciar a construção de uma estação de tratamento de água, que deve beneficiar 26 mil moradores, além de entregar o sistema de esgoto de Sigsihuayco, e o acordo de financiamento para o sistema de esgoto de Quilloac.
A ministra do Meio Ambiente e Energia, Inés Manzano, relatou que cerca de 500 pessoas cercaram a comitiva e atiraram pedras contra os veículos. "Há sinais de bala no carro do presidente", afirmou. Ela informou ainda que uma denúncia por tentativa de homicídio foi registrada no Cantão Tambo logo após o ataque.
A Presidência confirmou que "o veículo do Senhor Presidente recebeu impactos de pedras e possíveis balas que estão em análise de criminalística".
Compromisso com o país
Noboa condena a violência. Mesmo após o atentado, Noboa manteve sua agenda e participou de um evento em Cuenca. Durante o discurso, repudiou os ataques e reforçou seu compromisso de continuar trabalhando pelo país. "Essas agressões não se aceitam no novo Equador. A lei se aplica para todos. Não vamos permitir que um grupo de vândalos impeça nosso trabalho", declarou.
A ministra Manzano afirmou que o presidente "está bem, segue com seu itinerário e não permitirá que atos de violência freiem seu trabalho pelo país". Ela também destacou que "as comunidades ancestrais não estão envolvidas, mas há células criminosas provocando esses atos de terrorismo", afastando a responsabilidade direta do movimento indígena.
Contexto dos protestos
Desde 22 de setembro, o governo enfrenta manifestações nacionais lideradas pela Conaie, a principal organização indígena do país. Os protestos começaram após o fim do subsídio ao diesel, que elevou o preço do galão de US$ 1,80 para US$ 2,80 (o equivalente a R$ 10,21 para R$ 15,88, segundo a cotação atual).