Saúde mental é o principal problema de saúde no Brasil

Saúde mental é o principal problema de saúde no Brasil

A saúde mental é um tema em ascensão no Brasil, com um recente relatório global indicando que 52% dos brasileiros identificam o bem-estar mental como o principal problema de saúde do país. Este número representa um aumento significativo de 34 pontos percentuais em comparação a 2018, quando apenas 18% dos entrevistados tinham essa percepção. O estudo foi realizado pela Ipsos e publicado no Health Service Report 2025, na terça-feira, dia 7.

Conforme mencionado pelo CEO da Ipsos Brasil, Marcos Calliari, a pandemia de Covid-19 teve um papel crucial nesse aumento da preocupação com a saúde mental, um fenômeno que também é visível em outros países. Como resultado, a média global de pessoas que consideram a saúde mental a maior preocupação na área da saúde saltou de 27% em 2018 para 45% em 2025.

Preocupações e Desafios do Sistema

O avanço na percepção do problema colocou a saúde mental em destaque em relação a outras preocupações de saúde no Brasil. Veja os dados:

  • Problema de Saúde
  • Percentual de Preocupação (2025)
  • Comparativo (2018)
  • Saúde Mental: 52% - 18%
  • Câncer: 37% - 57%
  • Estresse: 33% - 19%
  • Abuso de Drogas: 26% - 42%
  • Obesidade: 22% - 24%

Além disso, o estudo revela que aproximadamente 74% dos entrevistados brasileiros refletem “com muita frequência” sobre sua saúde mental, colocando o Brasil em terceiro lugar no ranking global de preocupação, atrás apenas do México e da África do Sul.

Apesar da crescente conscientização sobre a saúde mental, o acesso a tratamento continua a ser um desafio. Os brasileiros identificam os longos tempos de espera por atendimento (43%) e a falta de investimentos no setor (39%) como os principais problemas do sistema de saúde. Um dado alarmante é que 80% dos entrevistados acreditam que a maioria da população não consegue pagar por uma boa assistência médica, o que coloca o Brasil entre os líderes globais em percepção de inacessibilidade a serviços de saúde adequados.

O relatório foi elaborado com base nas respostas de 23.172 adultos de 30 países, com aproximadamente mil deles residentes no Brasil.