Mulher morre após ingestão de vodca adulterada com metanol

Tragédia em São Bernardo do Campo

A Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou na última segunda-feira (6) a morte de Bruna Araújo de Souza, de 30 anos. Ela estava internada desde o dia 29 de setembro no Hospital de Clínicas da cidade após ingerir um drinque adulterado com metanol. A bebida, uma mistura de vodca com suco de pêssego, foi consumida em um bar chamado Villa Jardim, localizado no bairro Taboão, na noite do domingo anterior (28).

De acordo com a administração municipal, Bruna apresentou uma série de sintomas, como náuseas, vômitos, dores estomacais, visão embaçada e dores de cabeça, poucas horas após o consumo. Ela recebeu atendimento inicial em uma UPA e, devido à gravidade do seu quadro, foi transferida entubada para o hospital. Durante sua internação, Bruna recebeu tratamento com antídoto para metanol e passou por sessões de hemodiálise. Infelizmente, o boletim médico indicou que o hospital abriu um protocolo de morte encefálica na sexta-feira (3), após o agravamento do seu estado clínico.

Casos de intoxicação aumentam

A Vigilância Epidemiológica do município informou que, até o momento, foram registradas 78 notificações de suspeita de intoxicação por metanol, resultando em seis mortes confirmadas, incluindo a de Bruna, que foi a única mulher entre as vítimas fatais. Até agora, 13 pacientes continuam internados, e 26 deles residem em São Bernardo.

A investigação realizada pela Polícia Civil revela que a bebida consumida no Villa Jardim estava contaminada com metanol, uma substância altamente tóxica usada na adulteração ilegal de bebidas alcoólicas. Como consequência, o bar foi interditado e outras apreensões foram feitas na cidade.

Preocupação com a saúde pública

Este trágico caso de Bruna faz parte de uma série de intoxicações por metanol que têm sido relatadas em várias cidades do estado de São Paulo desde o fim de setembro. Dados recentes mostram que houve pelo menos 25 casos notificados, com sete confirmações laboratoriais até agora. Inicialmente, cinco mortes foram registradas, mas esse número aumentou após novas análises. As operações de fiscalização resultaram na apreensão de milhares de garrafas de bebidas suspeitas e na prisão de dois indivíduos envolvidos na distribuição dessas bebidas adulteradas.

As principais ocorrências de intoxicação têm ocorrido a partir do consumo de vodca, gim e uísque contaminados. As autoridades sanitárias alertam que os sintomas como visão turva, convulsões, coma e cegueira permanente são comuns em casos de intoxicação por metanol. Além disso, as autoridades recomendam que a população evite bebidas de origem desconhecida e que comunique quaisquer suspeitas à Vigilância Sanitária.