Harvard afasta professor brasileiro por incidente com arma

Harvard afasta professor brasileiro por incidente com arma

Incidente em Brookline

A Faculdade de Direito da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, decidiu afastar o professor visitante brasileiro Carlos Portugal Gouvêa, de 43 anos. A medida foi tomada após ele ser acusado de atirar com uma arma de chumbinho próximo a uma sinagoga em Brookline na última quarta-feira (1º). Essa informação foi confirmada pelo jornal estudantil The Harvard Crimson.

De acordo com o veículo, Gouvêa teria disparado duas vezes do lado de fora do Templo Beth Zion, na véspera do Yom Kippur, uma das datas mais sagradas do calendário judaico. Quando interrogado pelas autoridades, ele alegou que estava "caçando ratos".

Consequências Legais

O professor foi preso e enfrenta acusações de disparo ilegal de arma de pressão, conduta desordeira, perturbação da paz e vandalismo, segundo registros do Tribunal Distrital de Brookline. O episódio mobilizou mais de dez policiais, e, conforme relatos do site local Brookline.News, dois seguranças tentaram conter Gouvêa até a chegada da polícia, o que ocasionou uma breve luta física. Mesmo se declarando inocente, ele foi liberado sob fiança até uma audiência agendada para o início de novembro.

A posição de Harvard

Em uma nota enviada ao The Harvard Crimson, Jeff Neal, porta-voz da Faculdade de Direito, comunicou que Gouvêa "foi colocado em licença administrativa enquanto a faculdade busca saber mais sobre o assunto". Até o momento, não houve qualquer ação disciplinar formal contra o professor.

Reação da comunidade judaica

Líderes do Templo Beth Zion afirmaram que não detectaram indícios de motivação antissemita por parte do professor. Em comunicado, o presidente e o diretor-executivo da sinagoga informaram que a polícia acredita que Gouvêa "não sabia que morava ao lado de uma sinagoga nem que era feriado religioso".

Além de ser professor visitante em Harvard, Carlos Portugal Gouvêa é professor associado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e dirige um centro de pesquisa voltado à justiça social e ambiental no Brasil. Completou seu doutorado em Direito na própria Harvard em 2008. Gouvêa também é fundador do Instituto Sou da Paz e da Conectas Direitos Humanos, além de atuar como presidente do IDGlobal, um centro de estudos em questões socioambientais, e como sócio do escritório PGLaw, especializado em governança corporativa. Após o incidente, seus perfis foram removidos das páginas das instituições associadas.