Governo dos EUA enfrenta paralisação no segundo dia

Governo dos Estados Unidos entra em paralisação

O governo dos Estados Unidos começou o segundo dia de paralisação nesta quinta-feira (02), após o Congresso não conseguir aprovar o orçamento federal. Essa situação já impacta cerca de 750 mil funcionários e serviços públicos essenciais em todo o país.

Impasse entre partidos políticos

O impasse está relacionado à exigência dos democratas pela manutenção de recursos para o Obamacare, um programa de saúde que reduz os custos dos planos de saúde para milhões de estadunidenses. Em contrapartida, o presidente Donald Trump e seus aliados republicanos desejam discutir essa questão em uma outra ocasião. O orçamento federal precisava ser aprovado até às 23h59 do dia 30 de setembro, porém o Senado, dominado por 53 cadeiras republicanas, não possui votos suficientes para aprovar a proposta de forma isolada; novas votações estão programadas para ocorrer apenas no próximo fim de semana.

Efeitos da paralisação

Os escritórios do governo estão fechados, e serviços como educação e meio ambiente funcionarão com restrições. A Casa Branca ordenou que as agências se preparem para cortes permanentes, e parte dos funcionários afastados pode ser demitida. Monumentos icônicos, como o Washington Monument, estão fechados; já a Estátua da Liberdade continua aberta, mas depende de recursos estaduais caso o financiamento se esgote.

Serviços que continuam operando

A Instituição Smithsonian permanecerá aberta até, pelo menos, segunda-feira (06), e o Serviço Nacional de Parques tentará manter o maior número possível dos mais de 400 parques e locais de visitação abertos. No Departamento de Segurança Interna, agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) continuarão em atividade, mesmo que mais de 14 mil funcionários estejam de licença. Na Administração Federal de Aviação, 11 mil trabalhadores foram mandados para casa, enquanto 13 mil controladores de tráfego aéreo trabalharão sem remuneração. Serviços como aposentadorias, benefícios de invalidez, programas de assistência alimentar e o Serviço Postal seguirão funcionando. Tribunais federais e a Receita Federal poderão ter suas operações limitadas caso a paralisação se prolongue.

Responsabilização pela paralisação

Acusações estão sendo trocadas entre os partidos: os republicanos responsabilizam os democratas pela paralisação, enquanto a oposição atribui a culpa a Trump, por agir de forma instável e se recusar a negociar um acordo bipartidário. De acordo com uma pesquisa do The New York Times, 26% dos eleitores culparam Trump e os republicanos, 19% apontaram os democratas e 33% afirmaram que ambos os partidos são responsáveis. Cerca de dois terços dos eleitores acreditam que os democratas não deveriam paralisar o governo, mesmo que suas demandas não sejam atendidas.

Impactos econômicos e essenciais

Serviços cruciais continuarão operando, como cerca de 2 milhões de militares que permanecem em seus postos, além de contratos fechados antes do início da paralisação que seguem valendo. O Departamento de Guerra poderá solicitar suprimentos para garantir a segurança nacional. Agentes do FBI, da Guarda Nacional e de outras forças federais permanecerão ativos, assim como patrulhas de fronteira e fiscalização de imigração. Essa paralisação também pode atrasar a divulgação de dados econômicos importantes, que influenciam políticas públicas, investidores e serviços para pequenas empresas.