Os últimos suspiros de Bolsonaro antes de desligarem as máquinas do PL

Entre o desgaste irreversível e a perda de espaço no próprio partido, Bolsonaro dá sinais de fim de linha enquanto o PL prepara o desligamento das máquinas que o sustentavam

Os últimos suspiros de Bolsonaro antes de desligarem as máquinas do PL

A trajetória política de Jair Bolsonaro chegou a um estágio de exaustão. Se em 2018 ele encarnou o papel de outsider que venceu o sistema, hoje, em 2025, já não consegue reproduzir a mesma energia e, sobretudo, não encontra mais espaço para suas narrativas. O Partido Liberal, que por quatro anos foi a engrenagem de sustentação do bolsonarismo, começa a dar sinais de desligar suas máquinas de manutenção dessa figura já desbotada.

O ex-presidente vive de sobressaltos: discursos repetidos, agendas esvaziadas, idolatria em queda e um eleitorado cada vez mais fatigado das promessas que nunca se concretizaram. Sua postura de vítima permanente, que em tempos passados serviu de combustível político, hoje soa como eco distante de uma melodia fora de sintonia com a realidade brasileira.

O PL, por sua vez, sente o peso do fardo. Enquanto precisa manter alguma aparência de gratidão ao líder que lhe rendeu bancadas robustas, também enxerga a inviabilidade de apostar em um nome já condenado pelo desgaste e pelas investigações que o cercam. Os caciques do partido já não escondem a busca por novos nomes e alianças que garantam sobrevida eleitoral, ainda que isso signifique desconectar Bolsonaro das máquinas partidárias.

Os últimos suspiros do ex-presidente se resumem a lives nostálgicas, caravanas com público cada vez menor e declarações que apenas reforçam sua condição de ex-líder em decadência. O tempo político não perdoa, e o relógio de Bolsonaro parece estar na contagem regressiva final.

No fim das contas, o desligar das máquinas do PL não será apenas o adeus a Bolsonaro como candidato viável, mas também o sepultamento de um ciclo político que apostou no confronto permanente, no ódio como bandeira e no negacionismo como método. O Brasil já respira novos ares, e o bolsonarismo, antes turbilhão, agora se resume a suspiros cada vez mais fracos, prestes a silenciar de vez.

Creditos: Professor Raul Rodrigues