Mendes destaca união do STF em defesa da democracia
30/09/2025, 23:32:04Mendes destaca união do STF em defesa da democracia
Gilmar Mendes classificou o novo presidente do Supremo, Edson Fachin, como um ministro \"cordial, que tem boas relações com toda a Corte\".
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que tem as \"melhores expectativas\" sobre a gestão do ministro Edson Fachin, que assumiu a presidência da Corte nesta segunda-feira, 29. \"Nós vimos ontem o Tribunal bastante unido em termos da defesa das instituições, da defesa da democracia\", disse a jornalistas após sua participação em evento do Lide - Grupo de Líderes Empresariais realizado na manhã desta terça-feira, 30, em Brasília.
O magistrado classificou o novo presidente do Supremo como um ministro \"cordial, que tem boas relações com toda a Corte\".
\"Minha expectativa é que vamos ter tempos mais pacíficos pela frente. E espero, então, que o presidente Fachin possa colocar toda a energia da Corte, toda a energia do Judiciário, para a distribuição adequada, boa, da Justiça\", afirmou. \"Acredito também que nós precisamos e merecemos um tempo de paz. Nós precisamos poder trabalhar para as pessoas dentro do Brasil em condições de normalidade\", complementou.
Gilmar ainda disse que a aplicação da Lei Magnitsky pelos EUA para punir autoridades brasileiras \"tem a ver com a dependência tecnológica que temos com os Estados Unidos\". Ele disse que está participando da articulação de um projeto de lei \"anti-embargos\" para evitar esse tipo de sanção. \"Nós estamos nos debruçando sobre um debate de lei anti-embargos para proteger autoridades e entidades que sofrem sanções secundárias, como bancos e prestadores de serviços. É preciso entrar um pouco neste mundo e discutir isso. E acho que o Congresso é o locus adequado para esse tipo de proteção\", afirmou.
Mais cedo, em discurso no evento, o ministro disse que a concentração de dados estratégicos nas mãos das big techs, assim como sua \"crescente influência sobre políticas nacionais\", configuram uma forma de \"dominação\" e de \"neocolonialismo digital\". \"Trata-se de uma forma de dominação menos visível que a colonial tradicional, mas igualmente limitadora da capacidade de autodeterminação dos Estados\", afirmou no painel.
Na conversa com jornalistas, o ministro também negou qualquer tensão com o Congresso, que ele atribui a uma \"lenda urbana\". \"Às vezes, há um desentendimento ou outro, que é muito mais sonoro do que efetivo. Não há tensão, pelo contrário, nós temos o melhor entendimento e reconhecemos a importância do Congresso Nacional, inclusive na defesa da democracia no Brasil\", afirmou.