Zumbi dos Palmares: legado de luta contra a escravidão

Zumbi dos Palmares: legado de luta contra a escravidão

Quem foi Zumbi dos Palmares?

Zumbi dos Palmares nasceu em 1655, em Alagoas, e se tornou o mais importante líder do Quilombo dos Palmares, a maior comunidade de negros fugidos da escravidão no Brasil. Ainda criança, foi capturado por soldados portugueses e entregue a missionários, recebendo o nome cristão de Francisco. Mesmo vivendo em contato com a religião católica, Zumbi fugiu aos 15 anos e retornou a Palmares. Lá, cresceu como guerreiro e se destacou pela habilidade militar, tornando-se uma das principais lideranças do quilombo. Sua vida entrou para a história do Brasil e é relembrada há séculos de várias formas: nas escolas, em eventos, obras de arte, e também no feriado a ser comemorado daqui a pouco mais de um mês, no dia 20 de novembro.


O Quilombo dos Palmares e sua importância

O Quilombo dos Palmares foi uma confederação de povoados localizada na Serra da Barriga, região que hoje pertence a Alagoas e Pernambuco. Criado no final do século XVI, abrigou milhares de pessoas que buscavam liberdade: negros escravizados, indígenas e até mesmo brancos pobres que rejeitavam a ordem colonial. Palmares possuía agricultura própria, produção artesanal e organização política. Por sua dimensão e autonomia, era visto como ameaça direta ao sistema escravocrata e passou a ser constantemente atacado pelos colonizadores portugueses e holandeses.


A liderança de Zumbi

A partir de 1675, Zumbi começou a se destacar como chefe militar em Palmares. Ao contrário de alguns líderes que chegaram a negociar acordos de paz com os colonos, ele defendia a independência plena do quilombo e a libertação de todos os escravizados. Por volta de 1680, assumiu a liderança principal de Palmares e fortaleceu sua defesa contra as expedições coloniais. Sua postura firme transformou-o em símbolo da resistência coletiva, recusando qualquer tratado que não garantisse liberdade total.


A morte de Zumbi e seu legado

Em 1694, após sucessivas batalhas, uma grande expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho destruiu parte significativa do quilombo. No ano seguinte, em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi capturado e morto. Seu corpo foi exposto em praça pública no Recife como forma de intimidação, mas o gesto teve efeito contrário: sua memória sobreviveu e se tornou referência de coragem e resistência.


A relevância de Zumbi nos dias atuais

Séculos depois, Zumbi dos Palmares passou a ser resgatado pelos movimentos negros como símbolo de luta contra o racismo e a escravidão. A data de sua morte, 20 de novembro, foi transformada em Dia da Consciência Negra, feriado nacional em várias cidades e estados do Brasil. Mais do que homenagear Zumbi, a data é um convite à reflexão sobre a história da população negra, o impacto da escravidão e a luta contínua por igualdade.